Buscando superar a barreira de “candidato pouco conhecido do eleitor”, o deputado federal Paulo Ganime, de 39 anos, segue firme em sua pré-candidatura pelo Novo ao governo do estado do Rio de Janeiro. Ele afirma que nos últimos meses percorreu quase todos os municípios fluminense procurando ouvir as autoridades, a sociedade civil e a população sobre suas demandas.
“Entendo que o estado do Rio só vai se tornar economicamente forte, com seus 92 municípios, quando aproveitarmos o potencial de cada região, trabalharmos as vocações regionais”. Em entrevista exclusiva à Folha do Aço, o pré-candidato fala de suas propostas caso vença as eleições em outubro.
Folha do Aço: O senhor está em seu primeiro mandato como deputado federal e agora lança o nome na disputa pelo governo do estado do Rio. Em pouco tempo militando na política, quais foram as experiências adquiridas que podem auxiliar em um eventual governo?
Paulo Ganime – Tenho um histórico de gestão que vai ser essencial nessa jornada. A experiência na Câmara, aliada à atuação que tive na iniciativa privada, além da ética, da competência e do meu comprometimento, me credenciam a realizar um bom governo. No período que estive na Câmara foram muitas realizações. Consegui mostrar que é possível fazer política com responsabilidade no trato com o dinheiro do pagador de impostos, tendo economizado quase R$ 5 milhões das verbas disponíveis para o meu gabinete, sendo uns dos deputados mais atuantes, com entregas em vários temas.
Nesse período, quais projetos o senhor apresentou?
Consegui aprovar projetos que já começam a trazer desenvolvimento para o país e nosso estado do Rio. Posso citar a aprovação da nova Lei do Gás, da qual fui autor do requerimento de urgência, e que deverá atrair R$ 45 bilhões em investimentos até 2030; o marco legal das startups, de minha coautoria, que oferece maior segurança jurídica e incentiva o empreendedorismo inovador; e um importante projeto de minha autoria para combater o roubo de cargas. Tenho projetos, que estão em análise na Câmara, para combater a corrupção que, aliás, é o grande problema do nosso estado. Por tudo isso, já recebi vários prêmios, entre eles, o de melhor deputado do Rio de Janeiro do Ranking dos Políticos em três anos consecutivos.
O interior do estado terá vez em seu governo? E de que forma isso ocorrerá?
O interior do estado sempre terá voz assim como no meu mandato de deputado e no nosso Plano de Governo. Já rodei 89 dos 92 municípios do estado, alguns mais de uma vez, sempre procurando ouvir as autoridades, a sociedade civil e a população sobre suas demandas e atuando para resolver os problemas. Entendo que o estado do Rio só vai se tornar economicamente forte, com seus 92 municípios, quando aproveitarmos o potencial de cada região, trabalharmos as vocações regionais.
E quais são as “vocações” que o senhor considera?
Nossas riquezas estão na agricultura de várias cidades; na produção de óleo e gás e o Porto do Açu, no norte fluminense; no setor automobilístico do Sul Fluminense; moda e metalurgia, em Nova Friburgo; cervejas artesanais, na serra; café e leite, no Noroeste; além das indústrias dos polos de Santa Cruz e de Rio das Ostras. O estado do Rio precisa do interior, pois nenhum município, atuando isoladamente, tem força.
Dentro do plano de governo que pretende apresentar, quais ações o senhor pretende colocar em prática no Sul Fluminense, especificamente?
O Sul é uma das regiões mais desenvolvidas e industrializadas do estado, com um importante setor automobilístico, com o Parque Industrial de Resende, que compõem um forte setor metalmecânico, além de várias universidades, inclusive a UERJ. É preciso fortalecer esses setores, por meio do desenvolvimento da cadeia produtiva, aplicando um novo arcabouço tributário que desenvolva na região essa cadeia de fornecedores. A maior parte das compras vêm de fora.
Como fazer isso na prática?
Precisamos atrair esses fornecedores para cá. Além disso, para tornar a região mais atrativa, o foco deverá ser no ensino técnico e profissionalizante, permitindo que jovens se qualifiquem para o trabalho ainda no Ensino Médio, além de trabalharmos para modernizar o portfólio de cursos oferecidos para a comunidade, de modo a atender a demanda das empresas locais, aumentando as oportunidades de trabalho para jovens e pessoas fora do mercado.
Como é a relação do Ganime com os prefeitos da nossa região? Já conversou com algum deles? Quais?
Já estive em todos os 14 municípios da região e com a maioria dos prefeitos. Fui muito bem recebido por quase todos os prefeitos da região, como da maioria dos municípios que visitei em todo estado. Alguns receberam emendas do meu edital, como Resende, Paraty e Angra dos Reis, além da vizinha Mangaratiba. Minha posição é sempre ouvir, estar em contato para fazer um trabalho conjunto, que auxilie a população. O diálogo entre as esferas de governo é fundamental para que os serviços públicos sejam prestados da melhor forma.
Em um artigo publicado na última semana, o senhor fez o seguinte questionamento: “De que adianta sermos belos se não soubermos cuidar de nossos ecossistemas e do nosso meio ambiente?” O Sul do Estado tem áreas importantes de preservação ambiental, mas enfrenta a questão da poluição, acentuada pelas fábricas. Como espera trabalhar essa situação?
A poluição eventualmente causada pelas fábricas é assunto que diz respeito ao Inea, responsável por emitir as licenças necessárias à instalação e operação de empreendimentos desse tipo, além da fiscalização de suas operações. O órgão tem passado por uma série de dificuldades ao longo dos anos para conseguir cumprir seu papel. Em nosso governo o Inea terá seu devido protagonismo institucional, voltando a ser respeitado, pautado exclusivamente por quesitos técnicos e procedimentos padronizados, fortalecido também com ferramentas tecnológicas para a fiscalização mais eficiente, ao passo que se torne célere sem abrir mão da coerência técnica.
E sobre as unidades de conservação?
Quanto às unidades de conservação do nosso Sul Fluminense, dentro das que forem de âmbito estadual, iremos promover estudos acerca de seus potenciais ecoturísticos para analisar a viabilidade de receberem serviços de concessão em seu interior, de modo a atrair o público a visitar e se envolver com essa natureza da qual nos orgulhamos. Essa proposta também pode ser um ativo para gerar emprego e renda para a comunidade do seu entorno, movimentando toda a cadeia de negócios na região, além de garantir recursos financeiros revertidos para o aprimoramento da gestão e fiscalização ambiental da própria unidade.
Volta Redonda abriga o Hospital Regional Médio-Paraíba, existe algum projeto para a unidade?
O Hospital Regional Médio-Paraíba possui de fato a vocação de centro regional, por sua atuação de referência no atendimento de alta e média complexidades. O projeto para o hospital faz parte de um modelo mais amplo, em estabelecer polos regionais, onde hospitais desse porte se tornam referência para o planejamento da rede local de atendimento. Esse conceito foi pensado no passado, mas não funciona hoje, deixando o atendimento muito segmentado e ineficiente. Esse projeto será viabilizado com direcionamento transparente via regulação mais efetiva dos casos de média e alta complexidade, a serem atendidos neste hospital. Com a regulação transparente, há também a redução de filas de atendimento.
Quais as propostas para a geração de empregos na região?
Pela sua vocação regional, o Sul Fluminense tem grandes possibilidades para atrair mais investimentos. Com trabalho específico para aumentar a atratividade na região, será possível gerar mais oportunidades, mais renda e mais empregos. Não apenas no setor industrial, mas no setor de turismo também, onde temos polos regionais importantes. O trabalho em tornar o Rio mais atrativo para investimentos como um todo terá um foco muito grande no Sul do estado.
Como defensor de ações duras de combate à corrupção, como pretende evitar que esse mal se instale novamente em nosso estado?
Precisamos combater a lavagem de dinheiro no estado, seja dentro do governo ou dos grupos criminosos que dominam vários territórios. Precisamos seguir o dinheiro, fechar as empresas de fachada e prender políticos, agentes públicos e empresários, que juntos formam uma cadeia extensa de circulação de recursos que financiam atividades criminosas. A Secretaria de Fazenda será blindada para fazer um trabalho de investigação e, junto do Ministério Público e demais órgãos estaduais, atuar para acabar com essa cadeia perversa que deteriora nosso estado em diversos aspectos.
Faltando aproximadamente três meses para as eleições, como superar o desafio de ser pouco conhecido dos eleitores, conforme apontam as pesquisas?
As pesquisas espontâneas ainda apresentam um grande campo a explorar, pois os índices apresentam uma população ainda indecisa em relação à escolha ao Governo do Estado. Pretendo conversar com todos os segmentos da sociedade, seja gastando sola de sapato, conversando diretamente com nichos e lideranças, ou através das redes sociais e imprensa em geral. O Novo tem um modelo de gestão eficiente, basta olharmos para os resultados de Minas Gerais, onde o governador Romeu Zema, do Novo, tem feito um trabalho excepcional, o qual pretendo trazer para o Rio de Janeiro. Certamente temos grandes possibilidades na eleição por sermos uma grande opção para melhorar o estado, seja pelas ideias, pelas entregas e também por sermos totalmente descolados da velha política que assola o Rio de Janeiro há décadas.
O senhor já definiu o nome do vice?
O partido Novo também possui processo seletivo para esse cargo e algumas opções estão sendo avaliadas. Mas certamente será uma pessoa qualificada, alinhada com nossos princípios e valores, que irá não só contribuir com a campanha, mas será um grande parceiro na gestão do governo do RJ.
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