Responsável por gerar aproximadamente quatro mil postos diretos de emprego na cidade de Volta Redonda, a construção Civil passa por um momento de instabilidade, provocada pela iminente possibilidade de demissão de centenas de trabalhadores. O motivo seria as restrições impostas na liberação da autorização de projetos imobiliários pela da Prefeitura.
“Fomos informados que a partir do dia 1º de julho seremos colocados em aviso prévio, porque a Prefeitura não estaria autorizando o início de novas construções”, revelou o funcionário de uma construtora, que pediu para não ter o nome divulgado.
O presidente do Sindicato da Construção Civil, Zeomar Tessaro, em contato com a Folha do Aço confirmou que foi procurado pelo representante de uma empresa do setor relatando a intenção de dispensar funcionários nos próximos dias devido à burocratização imposta pelo governo municipal.
“Vou me certificar da situação relatada e fazer um levantamento, porque qualquer emprego perdido a gente sente e temos que tentar encontrar uma solução para reverter este quadro”, afirmou Zeomar. O sindicalista disse que pretende se reunir até a próxima quarta-feira (dia 5) com os representantes do governo municipal. Em média, um trabalhador da construção civil recebe cerca de R$ 2,2 mil e a previsão é que a primeira leva de demissões atinja a 150 funcionários de uma empresa. Se confirmado esses números, são aproximadamente R$ 330 mil em recursos injetados na economia do município. Além de pedreiros e ajudantes, a lista de dispensas deve composta por engenheiros, técnicos de segurança, pessoal da área administrativa, estagiários, entre outros.
“Espero que o prefeito Neto e seus auxiliares lembrem que são dezenas de pais de família, que levam o sustento para casa de forma honesta”, implorou um ajudante de pedreiro, que também procurou a Folha do Aço.
Um servidor público, ouvido sob a condição de anonimato, confirmou que a dificuldade imposta na liberação de alvarás para o início da construção de empreendimentos imobiliários no município. “Um determinado grupo da cidade teve o último projeto aprovado no ano passado, desde então nada mais foi liberado. Pelo que vi no processo, seriam 800 unidades habitacionais construídas até dezembro”, contou o servidor.
Crescimento
A postura da prefeitura de Volta Redonda caminha na contramão das novas regras do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. O governo federal anunciou aumento no subsídio, redução da taxa de juros e alta no valor máximo do imóvel, para até R$ 350 mil. As faixas de renda também foram atualizadas. Segundo a Caixa Econômica Federal, as contratações com novas condições estarão disponíveis no próximo mês.
Em 2022, pelo segundo ano consecutivo, o setor de construção civil registrou um crescimento acima da média da economia nacional e a previsão para 2023 é positiva. A expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) é que o mercado apresente uma alta de 4,5%, impulsionada pela estabilidade do preço dos materiais de construção e pela melhora na economia do país, gerando confiança no consumidor e impactando na venda de imóveis e novos financiamentos.
A previsão é que reformas de casas e construção de residências sejam destaques em 2023 devido ao aumento da demanda por projetos na planta. As principais tendências de inovação na construção civil para este ano estão ligadas, principalmente, ao uso de tecnologia e ao meio ambiente, assim como à busca de qualidade de vida, tanto da equipe quanto de quem irá usufruir das obras.
Em se tratando do Neto. Com certeza ele cria dificuldades para “vender” facilidades. As empreiteiras não entenderam o recado.
Antes de criticar tem que ver se as construtoras estão jogando dentro das quatro linhas sem querer tirar alguns tipos de vantagem e usando os empregos como pretesto