Volta Redonda terá dois representantes na nova diretoria executiva da Indústrias Nucleares do Brasil (INB). O ex-vereador Maurício Pessoa foi confirmado como diretor Financeiro da empresa estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Outro volta-redondense a ocupar o primeiro escalão será Reinaldo Gonzaga, indicado para assumir a diretoria de Produção de Combustível Nuclear. A data da transmissão de cargo ainda não está marcada.

Formado em administração de empresas, Maurício Pessoa Garcia Junior, de 64 anos, acumula experiência na iniciativa pública e privada, entre elas passagens pelo governo do estado do Rio e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Por dois mandatos, ele foi vereador na Câmara de Volta Redonda (2000/2004 e 2016/2020). 

Reinaldo Gonzaga foi indicado para assumir
a diretoria de Produção de Combustível Nuclear

Já Reinaldo Gonzaga é funcionário de carreira da INB. Ele ingressou na estatal em janeiro de 2000, por meio de concurso público. Atuou como engenheiro de produto, gerente de processo de fabricação de pó e pastilhas de urânio, coordenador de processos químicos nas fábricas de pó e pastilhas, como superintendente de Engenharia do Combustível Nuclear. Atualmente, ocupava o cargo de assessor de diretor. Além disso, no período entre setembro de 2017 e fevereiro de 2014, Reinaldo presidiu a estatal.

A dupla de volta-redondenses comporá a diretoria com Adauto Seixas, novo presidente da INB. A indicação, de cunho político, foi apoiada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Aniversário

A INB comemorou na quinta-feira (dia 31), seus 35 anos de existência com um evento que integrou, por meio de transmissão simultânea, a sede da empresa, no Rio de Janeiro, as unidades de Resende, Caetité-BA, Caldas-MG, Buena-RJ, São Paulo-SP e o escritório em Fortaleza-CE.

Durante a cerimônia foram lembrados marcos da história da INB, alguns deles recentes, como a conquista da autossuficiência financeira, com a consequente saída do Orçamento Fiscal da União. Esta era uma meta do planejamento estratégico alcançada com muito empenho e representa uma oportunidade de fortalecimento e crescimento para a empresa. Também foram citadas a retomada da produção de concentrado de urânio em Caetité, no final de 2020, e a conclusão da primeira fase de implantação da Usina de Enriquecimento de Urânio, em Resende, no ano passado.

O evento contou com homenagens aos colaboradores pelo tempo de dedicação à empresa e com a entrega do 1° Prêmio de Inovação da INB. Uma realização importante cujo objetivo foi estimular a cultura de inovação na empresa.

Da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende, o diretor Técnico de Enriquecimento Isotópico de Urânio (DTE), Marcos Fricks, relembrou que há 35 anos a INB foi criada para suceder a Nuclebrás, visando concentrar todas as atividades do ciclo do combustível nuclear.

“Desde então, temos trilhado um caminho de inovação e progresso, levando sempre em conta a segurança dos nossos funcionários e das nossas instalações, além do compromisso com a responsabilidade ambiental, que nos motiva a buscar incessantemente métodos mais limpos e eficientes”, disse Fricks.

Na sequência, o diretor agradeceu a dedicação dos empregados e a confiança dos parceiros da INB, além do convívio com as comunidades locais. “Eu estou extremamente orgulhoso de também fazer parte dessa jornada, ao lado de cada um de vocês. O futuro começa hoje. Parabéns a todos nós”, comemorou.

Prestigiaram a cerimônia no Rio de Janeiro representantes de empresas do setor nuclear, como Eletronuclear, Nuclep e Amazul, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear (IBQN), da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), da secretaria de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro, do Itamaraty, entre outros. O presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), John Forman, compôs a mesa durante o evento.

Forman, que foi o primeiro presidente da INB, falou sobre a importância do setor nuclear brasileiro e da INB. “O Brasil é um dos únicos três países do mundo que tem urânio, domina toda a tecnologia do ciclo do combustível, projetou e constrói usinas e as opera. Somente outros dois países no mundo que têm essa condição, que são a China e a Rússia”, afirmou.

De acordo com Forman, com o cenário atual de construção de reatores, há uma grande demanda por combustível nuclear que pode ser suprida pelo Brasil. “Meu desejo é que a INB cresça muito mais e assuma o papel de importância que ela merece”, finalizou.

Foto: divulgação

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