A Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça-feira (dia 12), 16 mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Perfídia nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. A investigação visa apurar os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa.
Os crimes, supostamente, foram praticados por servidores públicos federais quando da contratação da empresa americana CTU Security LLC pelo governo brasileiro para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço no ano de 2018 pelo Gabinete de Intervenção Federal (GIF) no Rio de Janeiro. O general Walter Souza Braga Netto, nomeado como interventor, está sendo investigado e teve seu sigilo telefônico quebrado ordem judicial.
A investigação começou com a cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna, na qual informa que a empresa americana CTU Security e o governo celebraram contrato, através do GIF, com sobrepreço em coletes balísticos.
A autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises em julho de 2021, na qual a empresa CTU Security ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano.
Após a comunicação de crime das autoridades americanas, o TCU encaminhou os ofícios referentes à Tomada de Contas das compras das contratações de coletes balísticos pelo Gabinete de Intervenção Federal na segurança pública do Estado do Rio, apontando indícios de conluio entre as empresas e de estas terem conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes e estimou um valor total global do potencial sobrepreço de R$ 4,6 milhões.
A CTU Security celebrou o contrato com o Gabinete de Intervenção Federal, após a dispensa de licitação, no dia 31/12/2018, no valor de US$ 9.451.605,60 (valor global de R$ 40.169.320,80 do câmbio à época), tendo recebido integramente o pagamento do contrato no dia 23/01/2019.
Após a suspensão do contrato pelo Tribunal de Contas da União, o valor foi estornado no dia 24/09/2019. Além desta contratação, a Operação Perfídia investiga o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio proteção balísticas e formam um cartel deste mercado no Brasil. Tais empresas possuem milhões em contratos públicos.