A vida da família da dentista Mônica Almeida e do farmacêutico Frederico Bicalho mudou drasticamente nos últimos sete meses. Em fevereiro, o filho do casal, de apenas 3 anos, foi diagnosticado com leucemia linfoide aguda tipo B, tipo comum em crianças. Desde então, a jornada deles tem sido marcada por desafios, tratamentos intensivos e, acima de tudo, um amor inabalável pela vida.

Tudo começou quando o pequeno Heitor começou a se queixar de dores persistentes na perna. A busca por respostas levou a família a procurar oito especialistas médicos diferentes em um período de dois meses. O diagnóstico foi confirmado, e o tratamento começou imediatamente, com 37 dias de internação e sessões de quimioterapia de diferentes tipos.

Apesar da remissão temporária da doença, infelizmente, Heitor teve uma recidiva, o que modifica o protocolo de tratamento, tornando o transplante de medula óssea uma necessidade crucial para sua cura definitiva.

 “Heitor já se encontra negativado, segue fazendo o tratamento, mas para garantir que a doença não retorne e que ele possa ter uma infância feliz, o transplante é necessário”, explica Mônica. Heitor foi inserido em julho no cadastro do Redome, o banco mundial de doadores de medula óssea.

Recentemente, o pequeno morador de Valença, no Sul do Estado, encontrou dois doadores 90% compatíveis, sendo um no Brasil e outro no exterior. No entanto, devido a questões legais, a segunda opção tornou-se inviável.

Segundo a família, nos testes finais do doador brasileiro, a compatibilidade foi semelhante com a do pai do menino, apresentando 50% de chance. Desta forma, Heitor fará o transplante haploidêntico com a doação de medula do pai.

“Penso que se Deus determinou isso, é porque essa é a missão do meu marido, que está muito feliz e confiante. Para nós, isso significa confiança 100% em Deus, de que sim já deu tudo certo, porque esse é o propósito de Deus”, diz confiante Mônica.

Ela explica que Heitor está terminando um ciclo de imunoterapia, enquanto o pai segue realizando exames necessários para o processo operatório. Em outubro, o procedimento deve ser realizado, trazendo alento e esperança para a família.

Doação

Na condição de mãe e, também, de profissional da área da saúde, Mônica Almeida faz um apelo: “Se você deseja se tornar um doador de medula óssea, visite o site do Redome, preencha seu cadastro e eles o encaminharão ao centro mais próximo para uma coleta de sangue e estudo genético”, detalha.

“Essas informações serão arquivadas e cruzadas com todos os cadastrados em busca de medula óssea. O transplante de medula óssea representa a cura definitiva para mais de 80 tipos de doenças, e a chance de encontrar uma pessoa compatível é de uma em 100 mil. Portanto, é fundamental que busquemos mais informações sobre esse assunto e aumentemos o número de doadores”, completa Mónica.

A idade para cadastro como doador de medula óssea varia de 18 a 35 anos, e é possível doar até os 55 anos. O procedimento é mais simples do que muitas pessoas pensam e é realizado sob anestesia, garantindo a segurança do doador e do receptor. Salvar uma vida está ao alcance de todos, desde que tenham um bom estado de saúde e o desejo de ajudar.

À Folha do Aço, Mônica relatou a gratidão pelo apoio recebido neste momento, incluindo as médicas Renata Sarkis e Andreia Fortes, que acompanham de perto todo o processo de Heitor.

“Quero deixar já o meu muito obrigada. Obrigada de uma mãe que vem lutando com todas as forças pelo seu filho, uma mãe que acredita que o diagnóstico não é uma sentença. Tenho certeza de que Deus profetiza o melhor para Heitor. Não precisamos esperar que a doença bata à nossa porta para mudar nosso comportamento e atitudes. Podemos ter gestos concretos de amor e afeto que podem salvar uma vida”, destaca a mãe do menino, acrescentando que a história de Heitor é um lembrete poderoso do poder do amor e da solidariedade em momentos de dificuldade.

17 de setembro – Dia do Doador de Medula Óssea

No próximo domingo (dia 17) é celebrado o Dia do Doador de Medula Óssea, data dedicada a reconhecer e homenagear aqueles indivíduos corajosos e altruístas que decidiram fazer a diferença na vida de pessoas que lutam contra doenças hematológicas graves, como leucemia, linfoma e anemia aplástica. A doação de medula óssea é um gesto de generosidade que pode salvar vidas e oferecer esperança a pacientes que enfrentam batalhas difíceis.

Perfis com informações e dicas sobre transplante de medula e leucemia

  • André Tôrres – Caçadores de Medula – www.instagram.com/cacadoresdemedula
  • Duda Dornela – Valorizar a Vida – www.instagram.com/valorizaravida
  • Lucas Visconti – www.instagram.com/visconti_lucas
  • Fla Medula – www.instagram.com/flamedula10

Foto: arquivo pessoal

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