“Eu estava saindo da academia quando, de repente, ouvi um estampido de tiros. Fiquei paralisada, sem saber o que estava acontecendo”. A fala é de uma frequentadora da academia localizada na Avenida Joaquim Leite, em Barra Mansa, que preferiu não se identificar e estava se preparando para deixar o local na noite de quarta-feira (dia 15), quando foi surpreendida pelo tiroteio. O ataque a tiros deixou três mortos e quatro feridos.

O crime, ocorrido por volta das 21h, teve como alvo Charles Monteiro da Silva, de 30 anos, e Felipe Gonçalves Carneiro, de 18, que estavam dentro de um carro. Uma bala perdida atingiu Matheus Inácio Matias, de 20 anos, que voltava para casa de mototáxi e acabou sendo fatal.

Um dos autores dos disparos foi identificado como Luiz Carlos Dalboni Souza, de 24 anos, conhecido como “Dalboni”. O Disque Denúncia revelou que ele possui uma extensa ficha criminal, incluindo envolvimento em crimes violentos, como o assassinato de um casal de irmãos em fevereiro do ano passado e o ataque a sua ex-namorada, baleada em novembro de 2023.

Dalboni tem pelo menos dois mandados de prisão em aberto, um por homicídio qualificado e outro por tentativa de homicídio. Segundo o chefe de investigação da 90ª Delegacia de Polícia (DP), Bernardo Macedônio, o suspeito já tem mais de 40 homicídios registrados e três mandados de prisão em aberto. “É inaceitável que pessoas com esse histórico ainda estejam soltas”, afirmou o investigador.

O comandante do 28º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Moisés Sardenberg, garantiu que a captura de Dalboni é prioridade: “Já identificamos o líder do crime e faremos de tudo para recapturá-lo”. A polícia também está analisando imagens de câmeras de segurança que mostram Dalboni acompanhado de um comparsa, ambos vestidos com roupas táticas, semelhantes às de forças de segurança.

Reforço nas operações de segurança pública

Em resposta à crescente violência, Barra Mansa recebeu, na quinta-feira (dia 16), seis novas viaturas e 56 policiais militares, além de um blindado para patrulhamento nas ruas, o popular “caveirão”. O reforço foi definido após uma reunião no gabinete do prefeito Luiz Furlani, que contou com a presença de autoridades locais e do deputado estadual Munir Neto (PSD).

Furlani destacou a importância da união entre as forças de segurança. “Com o apoio do governador Cláudio Castro, estamos recebendo os reforços necessários para combater a violência. Não vamos descansar até que os responsáveis por esses crimes sejam capturados”, declarou o prefeito. O comandante Sardenberg detalhou que toda a operação conta com apoio do Regime Adicional de Serviço (RAS), além de moto patrulhas.

O secretário de Ordem Pública de Barra Mansa, Daniel Abreu, ressaltou a importância da colaboração da população. “As câmeras de segurança e as denúncias anônimas têm sido fundamentais. Precisamos da participação de todos para garantir a segurança da cidade”, afirmou.

Vandalismo também marca a noite de violência

Além da chacina, a noite de quarta-feira também foi marcada por atos de vandalismo. Duas ambulâncias foram incendiadas no Parque da Cidade, uma delas do Samu. Outros veículos, como uma van da Secretaria de Saúde e um carro do Detran, também foram queimados. A direção do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraíba (Cismepa) emitiu uma nota de repúdio, alertando que a destruição das ambulâncias coloca vidas em risco.

Aciap-BM cobra respostas das autoridades estaduais

A Associação Comercial de Barra Mansa (Aciap-BM) também se manifestou, cobrando ações efetivas do governo estadual para combater a violência crescente no município. A entidade, que defende a criação de uma Companhia Independente de Polícia Militar em Barra Mansa, denunciou a escalada de insegurança e o impacto do tráfico de drogas na região.

O presidente da Aciap, Matheus Gattás, enviou ofícios ao governador Cláudio Castro e ao secretário estadual de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, cobrando medidas urgentes. “A criação de uma Companhia Independente é uma necessidade urgente. A violência não pode continuar se alastrando dessa forma”, afirmou Gattás, que também destacou o pedido de implantação do programa “Segurança Presente”, já reivindicado pela associação no passado.

CDL-BM repudia o ataque e ressalta a necessidade de medidas urgentes

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Barra Mansa também manifestou pesar e indignação diante do ataque ocorrido no centro da cidade. Segundo a entidade, a violência não pode ser aceita em qualquer circunstância e a sensação de insegurança gerada por esse episódio precisa ser combatida de forma contundente.

“Entendemos que a segurança pública é um desafio complexo e exige esforços conjuntos entre as autoridades locais, estaduais e federais, além da colaboração de toda a sociedade”, ressaltou o presidente Gleidson Gomes, acrescentando que, neste momento, a CDL reforça sua confiança no empenho das autoridades que estão trabalhando para encontrar soluções que tragam a paz e a tranquilidade de volta para Barra Mansa.

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