Prestes a completar 71 anos de sua emancipação política-administrativa, Volta Redonda enfrenta desafios no desenvolvimento urbano que vão além de questões técnicas e econômicas. O setor imobiliário e a construção civil, fundamentais para o crescimento da cidade, são dois dos segmentos mais impactados. Empresários da área expressaram preocupações após a publicação do Decreto nº 19.106/2025, que revogou o Decreto nº 2.382/1986 e impôs novas restrições de construção no bairro Vila Santa Cecília, localizado na Zona Habitacional 2 (ZH-2).
A principal alteração do novo decreto é a limitação de dois pavimentos para as construções no bairro, o que, segundo profissionais do setor, pode engessar o crescimento urbano e prejudicar a economia local. Publicada no Diário Oficial em 13 de março de 2025, a medida define um novo gabarito para as edificações nas ruas 21, 90, 92, 93 e 94, limitando a altura das construções a dois andares.
O governo municipal justifica a mudança com o objetivo de preservar as características históricas do bairro. “Entendemos a importância de manter a identidade do local, mas essa restrição pode afetar o desenvolvimento e as perspectivas econômicas da cidade”, afirmou um engenheiro do setor de construção civil.
Especialistas destacam que a limitação de altura impede a construção de imóveis mais altos e com maior capacidade de ocupação. Para esses profissionais, a possibilidade de construir edificações maiores é essencial para atender à crescente demanda por moradia e fomentar o desenvolvimento econômico. “A construção de imóveis com mais pavimentos é crucial para a criação de empregos, aumento da arrecadação e melhoria da infraestrutura”, explicou um outro especialista do setor.
Por outro lado, a Prefeitura defende a mudança como uma forma de garantir um crescimento sustentável. A administração destaca que a preservação da identidade do bairro Vila Santa Cecília é parte do planejamento estratégico de expansão da cidade. Segundo representantes do governo, o Decreto atende a solicitações de moradores e proprietários locais e está em sintonia com o Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Urbano de Volta Redonda (PDPDU/VR). “Estamos buscando equilibrar as necessidades de crescimento com a preservação do patrimônio histórico da cidade”, afirmou um servidor da Secretaria Municipal de Planejamento, que preferiu não ser identificado.
A alteração no Decreto faz parte de um processo maior de revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), que está sendo adaptada para as novas demandas urbanísticas da cidade. “Estamos atualizando a legislação para atender às necessidades de todos, sempre buscando o melhor para Volta Redonda”, disse outro membro da Secretaria Municipal de Planejamento.
Com a revisão já em vigor desde a última semana, o grande desafio das autoridades municipais agora é equilibrar o desenvolvimento urbano com a preservação das características tradicionais em Volta Redonda, sem comprometer o crescimento e a prosperidade da cidade.
Acho que não querem admitir que o problema é de infraestrutura.
Alguém sabe dizer sobre a tal nova ETA no Aero?
Muito boa esta iniciativa. Temos que descentralizar o município. A Vila está superlotada, se quiser construir tem que ser em locais afastado do centro.