Briga entre pessoas em situação de rua no Aterrado aumenta sensação de insegurança entre moradores

Uma briga entre pessoas em situação de rua nas proximidades do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop Uhady Nasr), no bairro Aterrado, foi filmada por um morador e viralizou na segunda-feira (dia 20). O vídeo gerou uma enxurrada de comentários negativos, em sua maioria questionando a atuação da prefeitura de Volta Redonda em relação ao comportamento das pessoas atendidas pelo local.

Segundo populares, confusões e discussões entre pessoas em situação de rua são frequentes. “Essa situação está cada vez pior. No domingo mesmo teve mais uma briga entre pessoas em situação de rua, e um deles estava com uma faca na mão, correndo atrás do outro e gritando que ia ‘riscar na faca’. Foi desesperador. Ainda bem que o rapaz que estava sendo perseguido conseguiu fugir, porque ninguém sabe o que poderia ter acontecido”, relatou uma moradora.

A sensação de insegurança tem levado muitas pessoas a mudar a rotina no bairro. “Eu, sinceramente, tenho medo. Quando saio para trabalhar ou levo meu filho para a escola, fico apreensiva. Evito ao máximo passar pela rua de trás, só uso a da frente. Mas, quando preciso acessar minha garagem, sou obrigada a passar por ali, e passo apavorada. Está muito difícil viver assim. Você deve se lembrar do caso do carteiro Max, que acabou sendo atacado pelo cachorro de um morador de rua e ainda apanhou. Aquilo foi um caos, saiu até nos jornais”, acrescentou.

O caso citado aconteceu em junho deste ano, quando um funcionário dos Correios, Max Levi Teixeira Ramos de Oliveira, de 59 anos, foi agredido no início da noite do dia 26 nas proximidades da Praça Independência e Luz, também no Aterrado. Segundo Max, ele foi atacado por um homem em situação de rua, acompanhado de um cachorro, enquanto saía do trabalho, próximo ao campus do Centro Universitário UGB. Ferido no rosto e no braço, procurou atendimento médico no Hospital Dr. Nelson Gonçalves (antigo Cais).

“Cheguei a falar com os policiais que ficam em frente à faculdade, mas a resposta é sempre a mesma: ‘É morador de rua, sem paradeiro. O cachorro é de rua, não tem muito o que fazer’. Me mandaram procurar o Cras”, relatou Max. O funcionário dos Correios afirmou que já havia feito denúncias ao 190 por conta do uso de drogas na praça e que, embora algumas viaturas tenham passado pelo local, o patrulhamento não é constante.

“Os moradores também já fizeram várias denúncias. É só conversar com quem mora nos prédios voltados para a praça que você vai ouvir muitos relatos”. O caso foi registrado na 93ª DP como lesão corporal.

Com a divulgação do vídeo da briga, um grupo do bairro Aterrado se mobilizou para contatar o poder público solicitando providências. Segundo um morador, a orientação recebida foi para que a solicitação fosse direcionada à secretaria municipal de Assistência Social (Smas), responsável pelo Centro Pop.

“Não é problema de patrulha, pois temos os nossos limites legais, mas sim de Assistência Social. Peço que direcionem também a solicitação à Secretaria responsável pela demanda, a fim de reforçar”, dizia a mensagem de WhatsApp enviada ao morador.

Centro Pop        

O Centro Pop Uhady Nasr mudou de endereço em julho de 2024, com a inauguração de sua nova sede na Rua Deputado Geraldo Di Biase, no Aterrado. A estrutura foi adaptada para receber os usuários com oferta de serviços como higiene pessoal, alimentação, retirada de documentos, contato familiar, atendimento psicossocial, encaminhamentos necessários à construção do Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar, além de atividades culturais.

A reportagem da Folha do Aço procurou a secretaria de Comunicação da prefeitura de Volta Redonda para comentar o caso, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.

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