Quem já acompanhou um velório em dias de forte calor sabe o quanto pode ser difícil permanecer dentro de uma capela mortuária sem climatização. Em Volta Redonda, essa situação é particularmente sentida nas unidades municipais do Aterrado e do Cemitério do Retiro, onde o desconforto térmico costuma agravar ainda mais um momento já marcado pela dor e pela sensibilidade das famílias.
Foi nesse contexto que a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei nº 065/2025, apresentado pelo vereador Paulinho do Raio-X (Republicanos), que determinava a instalação de sistemas de ar-condicionado em todas as capelas mortuárias públicas da cidade e criava um espaço ecumênico destinado à realização de cerimônias de despedida, tanto religiosas quanto laicas.
No entanto, no dia 4 de novembro, o prefeito Neto (PP) vetou integralmente a proposta. No veto, o Executivo alegava questões técnicas e administrativas para não avançar com as mudanças previstas. O projeto estabelecia que as capelas deveriam receber equipamentos de climatização para oferecer maior conforto às famílias durante os velórios, especialmente nos períodos de calor intenso.
Também previa a criação de um Espaço Ecumênico com assentos, som ambiente, iluminação adequada e sinalização respeitosa, garantindo condições apropriadas para homenagens de diferentes crenças ou cerimônias civis. As adequações deveriam ser executadas em até 180 dias, sob responsabilidade da secretaria municipal de Infraestrutura (SMI), em parceria com a secretaria de Assistência Social (SMAS). Os custos seriam cobertos pelo orçamento municipal.
Na justificativa encaminhada à Câmara, Paulinho do Raio-X ressaltou que a falta de climatização e de um ambiente preparado para diferentes tradições religiosas prejudica o acolhimento às famílias, defendendo que a proposta busca “garantir respeito, dignidade e um ambiente mais humano nos momentos de despedida”.
Apesar do veto do prefeito, os vereadores decidiram revisar a decisão. Na sessão do último dia 13, o plenário derrubou o veto do Executivo, garantindo que o texto siga agora para sanção, como prevê o rito legislativo. Com a decisão, a cidade avança rumo à implementação de melhorias aguardadas há anos por quem utiliza o serviço público funerário, e que poderão tornar menos penosos os momentos de despedida vividos pelas famílias de Volta Redonda.












































