A Polícia Civil indiciou o capitão do Corpo de bombeiros João Maurício Correia Passos, que atropelou e matou um ciclista no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, por homicídio com dolo eventual, assumindo o risco de matar, fuga do local e embriaguez ao volante. O atropelamento aconteceu no final da madrugada da segunda-feira (dia 11). Cláudio Leite da Silva, de 57 anos, pedalava sozinho pela rua vazia e morreu na hora. O oficial fugiu sem prestar socorro. O carro que ele dirigia tem placa de Barra Mansa.
A polícia também analisou vídeos gravados em um posto de gasolina, onde o capitão parou e bebeu antes do acidente. Em um deles, gravado por câmeras de segurança, o bombeiro aparece comprando cerveja na loja de conveniência. Em outro momento da gravação, o capitão conversa com outro homem e dança, aparentemente alcoolizado. A imagem mostra o militar com duas garrafas de bebida, uma de vodca e outra de uísque, e um copo, que ele enche e, em seguida, bebe.
Segundo os investigadores, a cena aconteceu minutos antes do atropelamento. Após o acidente, o carro do bombeiro ficou com a lataria destruída. No interior, a polícia encontrou uma garrafa de uísque. O capitão fugiu para casa de um amigo na Rua Professora Souza Leão, a um quilômetro do local, mas foi encontrado e preso por agentes da Polícia Civil e da 2ª seção do Estado Maior do Corpo de Bombeiros.
Na delegacia, ele contou que não se lembra se dirigia em alta velocidade. Disse apenas que comprou um energético antes do acidente. O capitão disse ainda que fugiu “porque teve medo de ser linchado”. Imagens da hora do atropelamento, entretanto, mostram que o local estava deserto no momento do acidente.
O capitão Passos havia sido preso uma semana antes por agredir a mulher, deficiente física, mas foi solto no mesmo dia, após audiência de custódia. Em seu depoimento, a mulher dele disse que ficou paraplégica em um acidente de carro, no qual o marido dirigia após ingerir bebida alcoólica.
Os dois estão juntos há 14 anos e têm dois filhos. A mulher afirmou que o oficial disse que “queria arranjar uma mulher de verdade, que ela não era mulher pra ele” porque está em uma cadeira de rodas.