No município de Resende, em uma área de 1,7 mil m², florescem novas oportunidades de desenvolvimento socioambiental. A Cedae, por meio do programa Replantando Vida, iniciou as obras do novo viveiro florestal, localizado dentro da Penitenciária Luis Fernandes Bandeira Duarte, no distrito de Bulhões. Ao todo, 12 apenados já trabalham nas obras do espaço de cultivo. Mais dois vão se juntar ao grupo até o próximo mês.

Previsto para ser concluído em julho, o viveiro será o oitavo mantido pela Companhia – e segundo instalado dentro de um presídio, seguindo o modelo implantado em 2014 na Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé, na Baixada Fluminense.

A unidade de Resende vai cultivar, por ano, 120 mil mudas de plantas nativas da Mata Atlântica. Com isso, a capacidade anual de produção nos viveiros florestais da Cedae irá alcançar a marca de mais de 1,9 milhão de mudas de 254 espécies, das quais 40 estão ameaçadas de extinção.

O novo viveiro irá reforçar a participação do Replantando Vida em ações de proteção e recuperação das matas ciliares e nascentes no Sul Fluminense, ajudando a aumentar a segurança hídrica na região do Rio Paraíba do Sul.

Compromisso com a ressocialização

Os apenados que atuam nas obras do viveiro da Penitenciária Luis Fernandes Bandeira Duarte são contratados por meio da parceria da Cedae com a Fundação Santa Cabrini (FSC), responsável por gerenciar o trabalho prisional no Rio de Janeiro. Eles recebem salário mínimo nacional e o benefício de redução de um dia de pena a cada três trabalhados.

Após os serviços nas obras, os apenados que estiverem cumprindo pena em regime semiaberto irão participar do Curso de Capacitação em Restauração Florestal, organizado pela Cedae. Os integrantes terão contato com conhecimentos práticos e teóricos sobre as atividades que envolvem a cadeia produtiva de restauração ecológica, além de aulas sobre educação ambiental e cidadania. Depois de capacitados, vão integrar as ações de reflorestamento do Replantando Vida por todo o Estado do Rio.

“As atividades do programa possibilitam mudanças significativas na vida dessas pessoas. Elas passam a ter uma rotina produtiva, respeitando regras e horários, aumentam a autoestima, aprendem a trabalhar em grupo, exercem a paciência nos trabalhos manuais, desenvolvem responsabilidades e melhoram as perspectivas pós-cárcere”, pontua Alcione Duarte, coordenador do Replantando Vida.

Um dos detentos que participam da construção do novo viveiro, E. S., 29 anos, destacou a importância da oportunidade de ressocialização que o programa oferece e a ajuda financeira que pode dar à sua mulher e aos quatro filhos com o salário que recebe.

“O projeto é uma grande ajuda para a gente. Dá a oportunidade de aprender uma nova profissão, de redução da pena e nos dá uma renda para ajudar a família em casa. E ainda podemos aprender: já tinha trabalhado antes com construção civil, mas não com cultivo de mudas e reflorestamento. Só tinha plantado hortaliças em casa”, disse.

Desde sua criação, em 2001, mais de 6.000 pessoas já passaram pelo programa, maior empregador de mão de obra prisional do país. Atualmente, há cerca de 600 apenados trabalhando em 146 setores da Cedae.

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