A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal, deflagrou, nesta quarta (dia 10), a operação Glosa, com o objetivo de desarticular organização criminosa que, durante os anos de 2014 e 2019, na gestão de operadora de plano de saúde para servidores públicos, cobrou propina de empresários do ramo hospitalar.
Na ação de hoje, cerca de 40 policiais federais cumprem nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2a Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, em endereços localizados na Capital do Estado e em Petrópolis.
A investigação aponta que, em troca do pagamento dos valores exigidos, integrantes da organização criminosa liberavam pagamentos aos hospitais de forma mais célere, deixava de glosar valores indevidos e facilitava a obtenção de reajuste nas tarifas praticadas com os hospitais integrantes do esquema.
O grupo investigado, ao longo desses cinco anos, recebeu dezenas de milhões de reais a título de propina, a qual consistia, em regra, no pagamento em percentuais previamente definidos e aplicado sobre o faturamento da empresa com a operadora do plano de saúde.
Por ordem da Justiça Federal, estão sendo sequestrados bens e valores até o montante de R$ 664 milhões, valor estimado do prejuízo causado pelo grupo criminoso durante a gestão da operadora do plano de saúde entre os anos de 2014 e 2019.
Os investigados responderão pelos crimes de corrupção passiva (art. 317 do CP), corrupção ativa (art. 333 do CP), peculato (art. 312 do CP), bem como a prática de crimes de lavagem de dinheiro (art. 1º, da Lei nº 9.613/98) e de organização criminosa (art. 2º da Lei nº 12.850/2013).