Prestes a concluir seu primeiro ano como deputado federal, o delegado Antonio Furtado (PSL) recebeu, na manhã de sexta-feira (dia 13), a imprensa para fazer um balanço sobre as ações desenvolvidas como parlamentar. Entre uma pergunta e outra dos jornalistas, o tema eleições 2020 não poderia passar batido no encontro realizado na sede da Câmara dos Dirigentes Lojista (CDL), no Aterrado. Afinal, o nome de Furtado constantemente é citado como um dos possíveis adversários do prefeito Samuca Silva (PSDB).
Apesar da pouca experiência na vida política, Furtado já aprendeu que neste momento é melhor se esquivar de certos assuntos, evitando assim o risco de um desgaste antecipado. “No momento, estou empenhando no papel que exerço enquanto deputado federal”, afirmou. Medindo cada palavra a ser dita, Furtado preferiu reforçar que seu objetivo, neste momento, é contribuir com a busca de recursos e projetos para a região Sul Fluminense.
O político, no entanto, não esconde que já foi cortejado por partidos, que demonstraram interesse em uma possível aproximação visando a formatação de uma chapa para a disputa do Palácio 17 de Julho. “Evidentemente que o assunto ‘eleições municipais’ é recorrente. Representantes de outros partidos já vieram me procurar para conversar sobre esse tópico. Política é a arte do diálogo. Temos que conversar e, em algum momento, decidir”, declarou.
O deputado estabeleceu critérios para apoiar algum candidato caso opte, de fato, em ficar de fora da corrida eleitoral de Volta Redonda. “Eu acredito que o eleitor em 2020 não será mais seduzido pelo discurso da ‘nova política’ ou do ‘salvador da pátria’. Ele vai querer alguém que se destaque no seu campo de atuação, que tenha uma história que permita avaliar quem é o candidato. Eu, de fato, irei apoiar alguém que faça um bom governo, um candidato que lute e invista na Guarda Municipal, por exemplo. Buscarei uma pessoa que vise melhorar a Saúde de Volta Redonda. O investimento em Saúde é essencial. E que, além disso, cumpra uma promessa que é feita em todas as eleições, a geração de empregos. Não é justo que o povo saia de sua cidade e busque emprego em outro estado”, listou Furtado.
Avaliação
Ao avaliar a administração do prefeito Samuca Silva, o delegado Antonio Furtado evitou adotar o tom de crítica. Ele disse compreender que as atuais dificuldades enfrentadas na gestão, não são exclusivas de Volta Redonda. “Eu entendo que não apenas o prefeito Samuca, mas todos os prefeitos do estado do Rio de Janeiro vivem momentos difíceis. Querem fazer, mas não possuem recursos. É claro que quando a população elege um candidato, ela quer ver resultado em todos os setores, seja na Saúde, Educação ou transporte público. Todas essas cobranças vão para o prefeito, e ele está diariamente sob pressão. Enquanto deputado federal, busco caminhar lado a lado com os municípios do estado”, explicou,
Desde a época em que atuava como delegado da Polícia Civil, a política de segurança pública foi enfatizada por Antonio Furtado em seus discursos. Agora como deputado federal, ele segue com o discurso incisivo, inclusive apoiando a proposta de enfrentamento adotada pelo governador Wilson Witzel (PSC). “Vivemos hoje uma política de enfrentamento de um governador que deixou claro na campanha que fortaleceria a polícia e não trataria os marginais como vítimas, mas sim como um inimigo e, que se fosse preciso, seria neutralizado. Primeiro nós temos que resgatar a autoestima do policial, porque de uns anos para cá, a polícia ficou muito sucateada, por diversos fatores, dentre eles, a crise econômica enfrentada pelo estado do Rio. Enquanto a polícia encolhe, o crime organizado se expande, gerando uma guerra desigual, em que a população acaba se tornando refém desses bandidos”, comparou.
PSL
Eleito com mais de 104 mil votos, o delegado Antonio Furtado por enquanto segue filiado ao PSL, apesar de em outras oportunidades ter citado que não descarta uma mudança de ares. Neste caso, uma das alternativas para ele seria o Aliança pelo Brasil, partido proposto pelo presidente Jair Bolsonaro.
Aliás, a debandada de parlamentares provocou atritos internos no PSL. A Executiva nacional do partido, inclusive, suspendeu 14 deputados. No encontro de sexta-feira com a imprensa, Furtado fez uma análise atual do partido. “Não pela minha vontade, mas da maioria dos deputados do PSL, acabou ocorrendo um grande racha dentro do partido. O presidente Jair Bolsonaro ficou descontente com a forma com que o presidente do partido, o deputado Luciano Bivar, estava conduzindo a legenda, e acabou optando por sair e fundar uma nova sigla. Junto com Bolsonaro, outros deputados que o apoiam incondicionalmente também acabaram saindo. Contudo, faço questão de reforçar, até o momento não pretendo deixar o PSL, inclusive fui convidado pelo presidente estatual do partido, Sargento Gurgel, a ocupar o cargo de vice-presidente estadual.” completou Furtado, emendando ainda que pretende aceitar o convite, pois acredita que com esta função ele “poderá ajudar a fortalecer o PSL no Estado do Rio”.