O prefeito Neto (sem partido) é o típico político que, diante dos holofotes e dos microfones, costuma bradar que a sua administração é modelo para o restante do país. Modéstia, de fato, não é a praia do chefe do Palácio 17 de Julho. No entanto, quando os fatos são confrontados com a realidade, a inconsistência do discurso revela fragilidade.

Argumentos não faltam para confrontar o que diz Neto. Na manhã de quinta-feira (dia 1º), por exemplo, o prefeito ameaçou devolver aos cofres da União o recurso do aporte da assistência financeira destinada a auxiliar o custeio das pessoas idosas no transporte público coletivo urbano.

“Como estou vendo que eles [empresas de ônibus] não querem ajudar a solucionar o problema, e aumento de passagem não vai ter, nós vamos acabar devolvendo os R$ 4,3 milhões ao governo federal”, afirmou.

Neto, porém, esqueceu de dizer que a sua administração não está cumprindo o termo de adesão ao “socorro” criado por Medida Provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Como forma de pressionar as empresas, a Prefeitura ainda não fez os devidos repasses.

Da mesma forma que a contrapartida do Município, no valor mensal de R$ 250 mil, também ainda não chegou aos cofres das concessionárias. O subsídio aprovado pela Câmara de Vereadores, seguindo proposta do governo federal, seria para reequilibrar a modicidade tarifária, deixando assim de impactar em aumentos significativos de tarifas, já que o número de passageiros reduziu com a pandemia, além do aumento no preço do custeio da frota, impulsionado pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Massa falida

Se Neto realmente resolver levar a cabo a ameaça de devolver a verba do governo federal da assistência financeira, ele estaria atingindo em cheio a massa falida da viação Sul Fluminense, empresa que operava quase 30 linhas do transporte público no município. Estimasse que o prejuízo seja de algo em torno de R$ 1 milhão, valor este que seria repassado direto à administração judicial para pagamento de credores e trabalhadores. 

Com a falência da Sul Fluminense, as linhas foram divididas em três lotes e cada um deles foi vendido a uma empresa, em leilão realizado mês passado. São elas: Viação Cidade do Aço, Viação Elite e Viação Pinheiral. As viações assumiram a administração das linhas no último dia 22.

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