A Polícia Federal deflagrou, na manhã de terça (dia 20), a Operação Black Market com o objetivo de desarticular associação criminosa responsável pelo tráfico internacional de armas de fogo e acessórios para o território brasileiro.

Na ação de hoje, cerca de 18 (dezoito) policiais federais cumprem três mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nas residências dos alvos localizadas nas cidades do Rio de Janeiro e Nova Iguaçu/RJ.

Durante a busca na residência de um dos alvos, no município de Nova Iguaçu/RJ, os policiais federais apreenderam duas pistolas (calibres .40 e 9mm), sete carregadores e dezenas de munições (calibre 9mm e de fuzil 556), o que resultou na prisão em flagrante do investigado pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito (artigos 14 e 16 do Estatuto do Desarmamento).

Simultaneamente, em razão de pedido de cooperação jurídica internacional com a polícia dos Estados Unidos, a Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA (Homeland Security Investigations – HSI) apreendeu 12 (doze) fuzis em uma loja de armas da cidade americana de Orlando, os quais tinham como destino o Brasil.

As investigações foram iniciadas pela Delegacia Especial da PF no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (DEAIN) após a apreensão – em conjunto com a Receita Federal – de 475 carregadores de fuzis e pistolas em uma transportadora localizada no bairro de Olaria, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 2021. Com o aprofundamento das apurações, foi identificada a compra dos 12 (doze) fuzis apreendidos hoje nos Estados Unidos, que tinham como provável destino facções criminosas que atuam em comunidades do Rio de Janeiro.

O trabalho apuratório revelou que os investigados se cadastraram como CACs – Caçador, Atirador, Colecionador – junto ao Exército Brasileiro para adquirir armamentos e acessórios de arma de fogo em larga escala, se utilizando da flexibilização da legislação sobre o controle de carregadores – inclusive aqueles de alta capacidade, usados em armas automáticas – com o intuito de importá-los dos Estados Unidos para o Brasil.

Além disso, as investigações também revelaram outros integrantes da associação criminosa, os quais, juntos, movimentaram quase R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) em cinco anos, montante absolutamente incompatível com as rendas declaradas pelos investigados.

A Operação Black Market foi resultado de um trabalho de cooperação internacional que envolveu: o Serviço de Segurança Diplomática dos EUA (Diplomatic Security Service – DSS); o Escritório de Indústria e Segurança dos EUA (Bureau of Industry and Security – BIS); e a Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições (FICTA), composta por integrantes da Polícia Federal, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP) e da Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA (Homeland Security Investigations – HSI).

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de armas de fogo, comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas, se somadas, ultrapassam os 44 anos de reclusão.

Foto: divulgação

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