Policiais civis da 108ª DP (Três Rios) e de outras seis delegacias prenderam, nesta terça-feira (dia 26), quatro integrantes de um grupo criminoso que aplicava golpes em empresários do ramo alimentício e fabricantes de sanitizantes. De acordo com as investigações, a quadrilha adquiria mercadorias por meio de cadastros falsos, utilizando documentação com o nome, o emblema e os símbolos de grandes distribuidoras do país.
As diligências começaram há quatro meses. O prejuízo ultrapassou o valor de R$ 360 mil. As mercadorias foram negociadas com abertura de crédito e combinação de pagamentos por meio de boletos com datas posteriores. Em maio de 2023, uma empresa de Goiás noticiou ter sofrido prejuízo financeiro de R$ 364 mil em uma falsa venda de toneladas de leite em pó. A mesma firma goiana teve seu nome usado pelo grupo em outras fraudes, conforme documentação que foi anexada ao inquérito policial.
Ao longo de meses de investigação, a quadrilha foi flagrada em negociação com diferentes companhias. Em agosto deste ano, os agentes recuperaram 588 fardos de leite em pó adquiridos pelos criminosos. A ação contou com o auxílio do Setor de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ministério Público de Minas Gerais.
Pouco tempo depois, já em setembro, os policiais surpreenderam parte do grupo, quando separava 14 toneladas de leite adquiridas de forma fraudulenta de uma fábrica de Santa Catarina. No último dia 19, foram cumpridos mandados de buscas e apreensão e de prisão na cidade de Araruama, na Região dos Lagos Fluminense. Em um dos locais, foi encontrado um escritório que funcionava na Região Central da cidade e era usado para estabelecer contatos, encaminhar e-mails e promover tratativas para enganar representantes das empresas vítimas.
Um dos detidos desta terça-feira é dono de uma rede de farmácias e de uma casa de material agropecuário. Ele foi identificado, ao lado de outros dois comparsas, como responsável por receber parte da carga adquirida de forma fraudulenta. Na ação desta terça, fardos de leite com lote identificado foram encontrados em um sítio do empresário, localizado em Souza Aguiar, na cidade de Simão Pereira, em Minas Gerais. Na casa dele foram encontrados R$ 68 mil, além de armas, munições, três araras azuis mantidas em cativeiro e caixas de medicamentos vencidos.
O grupo responderá por associação criminosa, receptação e estelionato.