Advogada é resgatada após meses em cárcere privado em Piraí; agressor é preso

Um homem de 54 anos foi preso na manhã desta segunda-feira (dia 29) por crimes de violência doméstica contra a companheira, uma advogada de 48 anos, no bairro Toca do Lobo, em Piraí. A mulher vivia com o agressor há cerca de três anos em condições análogas a cárcere. Essa foi uma operação conjunta entre policiais civis da 94ª Delegacia de Polícia de Piraí e policiais militares da Patrulha Maria da Penha.

“Recebemos a ligação da vítima que, num momento de descuido do agressor, conseguiu pedir ajuda. A partir dessa denúncia, a operação conjunta foi acionada de imediato, demonstrando a importância de agirmos com rapidez nos casos de violência doméstica”, afirmou o delegado Antonio Furtado, titular da 94ª DP.

A mulher relatou à polícia viver sob constantes ameaças de morte e de ser mantida reclusa na residência onde moravam, desde outubro. Para sair de casa para compromissos essenciais, era sempre sob vigilância do companheiro.

“A advogada era intimidada com gritos em que o companheiro dizia que “quebraria todos os dentes dela” e que “estouraria sua cabeça” de tanto bater na parede. Em várias oportunidades, ela foi agredida fisicamente no pescoço e nos braços. As marcas roxas observadas no corpo da vítima confirmam a violência física que ela sofreu. Não se trata apenas de um conflito doméstico: o agressor praticava verdadeiros atos de tortura física e psicológica para manter a vítima sob seu controle. O homem a acompanhava em idas ao supermercado, à farmácia e a bancos, onde ela foi obrigada a penhorar joias da família, resultando em prejuízo financeiro superior a R$20 mil”, explicou o delegado Antonio Furtado.

Investigações da polícia apuraram que o suspeito já havia sido preso em 2023 por lesão corporal e por ameaçá-la com uma faca, além de outros registros antigos envolvendo ameaças, xingamentos e porte de drogas.

“Diante dos fatos, determinei a prisão em flagrante do homem pelos crimes de cárcere privado, perseguição e violência psicológica, cujas penas somadas podem chegar a 10 anos de reclusão. O agressor também responderá a inquérito policial por extorsão, apropriação indébita do veículo da vítima e desvio de dinheiro da conta corrente, controlada por ele através de aplicativo no próprio celular. Nosso compromisso é combater todos os crimes que atentem contra a integridade física e psicológica de mulheres”, afirmou o delegado Antonio Furtado.

Dados nacionais mostram a gravidade da violência contra mulheres no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, cerca de 27% das brasileiras já sofreram violência doméstica ou familiar em algum momento da vida, ou seja, uma em cada quatro mulheres.

“A patrulha Maria da Penha e a integração entre as forças policiais são instrumentos essenciais para combater esse tipo de violência. Este ano, Piraí não registrou casos de feminicídio, graças à atuação enérgica das forças de segurança e à conscientização da comunidade em denunciar crimes, mas sabemos que ainda há muito a fazer para proteger a vida das mulheres”, concluiu o delegado Antonio Furtado.

Foto: Divulgação

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