Na madrugada desta sexta-feira (dia 30), o júri federal acolheu os pedidos formulados pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal (MPF), para condenar Wenderson Eduardo Rodrigues Francisco, o “Cara de Vaca” e Dejavan Esteves dos Santos, conhecido como “Armeiro” pela morte do agente de Policial Federal Ronaldo Heeren e pela tentativa de homicídio de seu colega Plínio Riccardi. Na mesma sessão de julgamento, foi também condenado Leandro Pereira da Silva, o “Léo do Rodo, por haver determinado que a cena do crime fosse adulterada, bem como que a viatura descaracterizada da PF fosse pichada com inscrições alusivas ao Comando Vermelho.
O julgamento teve início às 9h da manhã de quinta-feira (dia 29), na 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e terminou com os três réus condenados a quatro anos e 6 meses prisão, pelo crime de organização criminosa armada. Eles pertenciam à milícia denominada Liga da Justiça, que atua em Campo Grande e Santa Cruz. Esta pena foi somada às dos homicídios, o que resultou na condenação de Wenderson e Dejavan ao total de 31 anos e 3 meses de prisão e 23 anos e 2 meses prisão, respectivamente. Já Leandro, que não participou dos atentados contra os policiais, foi condenado apenas por organização criminosa armada e por fraude processual, o que resultou na sua condenação ao total de cinco anos de prisão.
Denúncia
Em junho do ano passado, MPF denunciou os milicianos que executaram o policial federal em Santa Cruz em 13 de fevereiro de 2020. Heeren retornava de uma diligência, numa viatura descaracterizada da Polícia Federal, quando ele e seu colega foram abordados pelos milicianos, na esquina da Rua Ibicoara com a Rua F. Os criminosos desceram do carro com as armas em punho, apontando para os policiais e, em seguida, efetuaram diversos disparos, por acreditarem que eram traficantes de drogas da facção denominada “Comando Vermelho”, que estariam pretendendo retornar à localidade.
Dejavan e Wenderson, que já eram foragidos da Justiça Estadual, foram presos pela Polícia Federal em 20 de fevereiro do ano passado, quando estavam escondidos numa casa em Sepetiba. Ao revistarem o imóvel, os policiais federais encontraram duas pistolas, sendo que uma delas foi comprovadamente utilizada para atirar contra os policiais, conforme constatado pela perícia realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.
Heeren foi atingido na cabeça e morreu no local, enquanto seu companheiro conseguiu fugir e se abrigar numa das casas da redondeza, até ser socorrido pelo reforço policial. Com o objetivo de enganar os investigadores, a milícia local ainda determinou que a cena do crime fosse desfeita e que a viatura fosse pichada com inscrições alusivas à facção denominada “Comando Vermelho”. Tudo para que os policiais pensassem que o homicídio tinha sido obra de traficantes, e não de milicianos.