O Hospital São João Batista (HSJB) irá retomar as cirurgias eletivas (aquelas que não são consideradas de emergência) e os atendimentos ambulatoriais adotando um novo protocolo de segurança contra a Covid-19. O retorno será possível graças à mudança que o governo municipal realizou, transformando o Hospital Dr. Munir Rafful – o Hospital do Retiro – em unidade referência no tratamento a pacientes com o novo coronavírus, assim como casos suspeitos.
Segundo a prefeitura, o novo protocolo de segurança prevê que os pacientes que passarão por cirurgia no HSJB serão submetidos a testes que diagnosticam o novo coronavírus, com 72 horas de antecedência do procedimento, assim como outros exames já previstos no chamado “risco cirúrgico”. A unidade também contará com alguns leitos, caso haja contaminação no ambiente hospitalar ou que algum desses pacientes cheguem ao hospital durante o período de incubação da doença, descobrindo-a após a internação.
“Cada cirurgia demanda um tempo de convalescência. Então nós temos que ter leitos para atender essas pessoas. Iremos tomar todas as precauções para termos um risco mínimo de contaminação por Covid. Se tivermos pacientes internados que testem positivo para o novo coronavírus, por exemplo, teremos uma ala permanentemente reservada para isto”, garantiu o diretor geral do HSJB e vice-prefeito, Sebastião Faria.
Ainda de acordo com o diretor geral da unidade, a equipe de trabalho está realizando um levantamento para identificar a demanda reprimida de cada especialidade. O objetivo é planejar o atendimento, dando prioridade para as cirurgias mais urgentes em termos de quantidade.
“Queremos saber quantas são as pessoas que aguardam por cirurgia de hérnia, vesícula, neurocirurgia, próstata, entre outras. Com isso faremos um planejamento de atendimento, dando prioridade para aquilo que é mais urgente, em termos de quantidade. Não só pelo aspecto da demanda reprimida, mas este levantamento também vai nos ajudar na preparação no sentido de material, como anestésico, por exemplo”, disse Faria, lembrando que equipamentos do centro cirúrgico estão passando por revisão e manutenção para não haver nenhum problema na volta das cirurgias eletivas.
Com isso, o HSJB poderá cumprir sua missão de ser referência no atendimento a traumas, recebendo vítimas da região e também de outros locais, como Baixada Fluminense, por exemplo. Essa demanda, muitas das vezes com pacientes em estado grave, acabava sendo comprometida devido às internações provocadas pela Covid-19.
“Atualmente, o HSJB possui uma média de 180 cirurgias por mês. A estimativa é que com a volta das eletivas esta média chegue a 300 mensal. Ou seja, estamos com um déficit de 120 por mês. Essas cirurgias que realizamos hoje são só as de urgência, principalmente os traumas, onde somos referência”, destacou Faria.