A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (dia 17) a “Operação Simonia”, com objetivo de desarticular esquema criminoso estabelecido na cúpula administrativa da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (Seap-RJ).
Os alvos da operação são Raphael Montenegro, secretário da pasta, e dois subsecretários — Wellington Nunes da Silva, da gestão operacional, e Sandro Farias Gimenes, superintendente.
A investigação, desenvolvida em conjunto com o Ministério Público Federal e o Departamento Penitenciário Federal (Depen), demonstrou a existência de negociações entre a cúpula da Seap e lideranças de facção criminosa de origem fluminense, mas com atuação internacional no tráfico de drogas.
De acordo com a PF, os agentes públicos se comprometeram e realizaram diversas diligências para viabilizar o retorno de criminosos custodiados na Penitenciária Federal de Catanduvas, Paraná, para o estado do Rio.
Além disso, os servidores franqueavam a entrada de pessoas e itens proibidos em unidades prisionais estaduais tendo, inclusive, realizado a soltura irregular de criminoso de altíssima periculosidade, contra quem havia sabidamente mandados de prisão pendentes de cumprimento. O detento beneficiado seria Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, de 50 anos, considerado de altíssima periculosidade, contra quem havia mandados de prisão pendentes.
A investigação aponta ainda que os desvios cometidos pelos investigados foram praticados em troca de influência sobre os locais de domínio destes traficantes e outras vantagens ilícitas.
Na ação de hoje, cerca de 40 policiais federais cumprem três mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, expedidos pela Tribunal Regional Federal da 2ª Região, vez que um dos investigados é detentor de foro por prerrogativa de função. Além da Capital, no Rio de Janeiro, os mandados estão sendo cumpridos nos municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
O nome Simonia faz referência a uma prática medieval em que detentores de cargos trocavam benefícios ilegítimos por vantagens espúrias.
A Missão Redentor, estabelecida no Centro Integrado de Investigações e Operações de Segurança Pública do Estado, foi criada na Superintendência Regional da PF no Rio, em julho deste ano, e está voltada à repressão à criminalidade violenta, corrupção e crimes ambientais.