Amigos e familiares do pedreiro Alison da Silva Correa, de 22 anos, preso há quase um mês por conta de um crime que, segundo parentes, não cometeu, realizam nesta quinta-feira, dia 25, uma manifestação em frente ao Fórum, no bairro Aterrado. O objetivo da ação, que acontece a partir das 15 horas, é chamar atenção do Ministério Público e da Justiça que negou a soltura do rapaz, mesmo com todas as provas de sua inocência.
Alison foi preso no último dia 27 de outubro, durante a Operação Alcateia, deflagrada para desbaratar o tráfico em Volta Redonda. Ele teria sido confundido com o irmão, Jarlan Davi da Silva Correa, o Zeca, que responde por crimes como porte ilegal de arma e associação para o tráfico de drogas. Zeca deixou o presídio de Japeri, na Baixada Fluminense, no mesmo dia em que o irmão entrou, sem qualquer antecedente criminal. O advogado que defende Alison disse ter tido dois pedidos de revogação da prisão, ambos negados pela Justiça.
Além de pedreiro, Alison ocupa as funções de bateirista e coordenador do Grupo Jovem da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, no bairro Açude, onde mora com a esposa e o filho, de um ano e sete meses de vida. Segundo Thayene Alves de Freitas Correa, de 22 anos, a família tem vivido de doações e a criança tem sofrido com a falta do pai. “Ele tem tido muita febre. É o Alisson quem cuida do meu filho durante o almoço e, com ele preso, meu filho não almoça e nem janta mais. Está cada dia mais magrinho e chorando muito”, explica Thayene.
A esposa de Alison também disse ter conversado com o cunhado, Jarlan, que admite o equívoco da polícia. “Foi através de um outro irmão que fiquei sabendo que Zeca seria o apelido de Jarlan. Eu percorri o bairro para confirmar a informação e todas as pessoas me diziam que sim, que o apelido era do meu cunhado e não do meu esposo. No dia em que Jarlan saiu da cadeia e chegou em Volta Redonda, ele assumiu ser o Zeca e foi ao cartório comigo para autenticar uma declaração confirmando que Zeca é o apelido dele e não do irmão. Também gravou depoimento em programa de rádio da cidade assumindo a culpa, além de ter ido ao Ministério Público, mas não adiantou muita coisa”, lamenta Thayene.
De acordo nota do Ministério Público, o processo foi iniciado pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Volta Redonda e, atualmente, está sob o encargo da 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Volta Redonda, que diz que a identificação de “Zeca”, segundo a polícia, ocorreu da seguinte forma: “O telefone através do qual ele se comunicava com os demais integrantes do tráfico de drogas da região encontra-se em nome de sua mãe. E, durante trabalho de campo realizado pelos policiais civis da 93ª DP, foi apurado que é realmente ALISON quem atende pelo codinome “ZECA””, diz a nota, que finaliza da seguinte forma: “Por tal motivo, e por se tratarem de crimes de enorme gravidade, a 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Volta Redonda se manifestou pela manutenção, por ora, da prisão preventiva do acusado, sendo que o Juízo da 2ª Vara Criminal de Volta Redonda manteve a sua prisão preventiva”.
Diante disso, a família segue lamentando e torcendo para que a situação seja revertida o quanto antes, e que Alison possa voltar o mais brevemente possível para casa. “Meu esposo é uma pessoa simples e humilde. Começamos a namorar em 2014 e nos casamos em 2019. Nunca me desrespeitou e sempre foi fiel. É um ótimo pai, cuida muito bem do nosso filho. Só sai com ele. Até mesmo para ir ao mercado, ele leva nosso filho passeando. Muita injustiça tudo isso. Só quero meu esposo de volta e que essa confusão chegue ao fim”, concluiu a jovem.
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