O prefeito Neto autorizou o uso do Estádio Municipal Raulino de Oliveira para a realização no dia 28 de maio de três shows, dentro da programação do Samba VR. A empresa organizadora é a Onix Organização e Produção de evento, comandada por Alexandre Magno Rocha Siqueira. Pelo espaço será pago o valor de R$ 100 mil, divididos em quatro parcelas iguais de R$ 25 mil. 

Com a participação dos cantores Dilsinho, Mumuzinho e do grupo Menos é Mais, a expectativa dos organizadores é da presença de cerca de 10 mil pessoas. Os convites serão vendidos conforme a área escolhida, pista à R$ 30 (meia) e mais R$ 3 de taxa (quem fizer a compra pelo site), área vip (meia) R$ 70, mais R$ 7 de taxa e Front Stage (meia) R$ 100 mais taxa de R$ 10. O faturamento projetado beira R$ 1,5 milhão.

Entre abril e outubro de 2020, o Raulino de Oliveira recebeu o Hospital de Campanha que auxiliou o atendimento de vítimas do coronavírus na região. A estrutura foi toda montada no gramado. A administração atual do Palácio 17 de Julho alegou, no início do ano passado, que a antiga gestão deixou de lado a manutenção e os cuidados básicos do complexo, que contém além do estádio um setor de atendimento à saúde pública.

Ainda no início do ano passado, a assessoria da Prefeitura chegou a anunciar que a previsão inicial era de que a primeira etapa do plano de revitalização do complexo custaria em torno de R$ 1 milhão.

Danos no gramado

No momento em que o Volta Redonda Futebol Clube estará lutando para voltar à elite do Campeonato Carioca e pelo acesso na Série C, o gramado do Raulino poderá estar totalmente inviabilizado para a prática do esporte. Aliás, no dia seguinte ao Samba VR, a tabela do Brasileirão programou uma partida do Voltaço no Estádio contra o Botafogo-PB, válida pela 8ª rodada.

Apesar da cláusula sexta celebrada entre o prefeito Neto e o empresário Alexandre Magno prever que “a empresa se compromete a reparar eventuais danos causados aos próprios municipais no Estádio”, não fica especificada a questão do gramado. Portanto, os administradores da praça esportiva terão, literalmente, que sambar para deixar em poucas horas o gramado em condições de jogo. Pela projeção de faturamento o município ainda terá direito a cerca de R$ 75 mil de recolhimento de impostos de ISS. 

Ecad

Se o Escritório de Arrecadação de Direitos Autorais (ECAD) seguir a mesma linha de atuação que vem impondo dentro da indústria fonográfica, considerando o público estimado de 10 mil pagantes, seu recolhimento também será na casa dos R$ 75 mil. Para quem não sabe o ECAD é uma instituição privada sem fins lucrativos criada pela lei 5988/73 e mantida pela lei 9610/98, que tem como principal objetivo centralizar toda a arrecadação e distribuição dos direitos autorais de execução pública musical no Brasil.

Em tempos de pandemia, o Escritório está concedendo desconto de 50% nos licenciamentos que considerem os percentuais sobre a receita bruta ou custo musical, passando de 10% para 5% (música ao vivo) e de 15% para 7,5% (música mecânica).

Foto: arquivo

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