Considerada uma verdadeira tradição brasileira em cada fim de ano, a brincadeira de Amigo Oculto deve movimentar R$ 6,7 bilhões na economia neste Natal. A estimativa é da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Segundo pesquisa feita pelas entidades, 36% dos brasileiros – o equivalente a 58,6 milhões de pessoas – devem participar de eventos como este nos próximos dias. O mesmo estudo ainda mostra que 71% das pessoas irão participar de Amigo Oculto com a família, 36% entre amigos e 30% vão aderir à brincadeira com colegas de trabalho. O valor médio dos presentes ficará em torno de R$ 74.

O Amigo Oculto traz vantagens sociais e econômicas não apenas para quem participa dele, mas também é vantajoso para os mais diversos setores da economia. A esperança de casa cheia é compartilhada pelos proprietários de bares, restaurantes e cafeterias, espaços que, normalmente, abrigam esse tipo de confraternização.

“O movimento aumenta muito no fim do ano, principalmente na segunda quinzena de dezembro, em razão de confraternizações e eventos de Amigo Oculto. O nosso estabelecimento oferece um diferencial: preço fixo em uma mercadoria de alta qualidade e com muita variedade. A pessoa chega e sabe quanto vai gastar, não tem surpresa no final. Super rodízio de petisco, pizza e churrasco, com refrigerante e água à vontade. A única taxa que cobramos a parte é o couvert de R$ 5, totalmente revertido para o músico”, explica Régis de Castro, enumerando os atrativos do Restaurante Anexo, no Aterrado, em Volta Redonda.

Natália Freitas é proprietária de uma cafeteria no mesmo bairro e conta que já completou a agenda de reservas neste fim de ano. “Acredito que os grupos que optam por uma cafeteria estejam procurando um espaço mais silencioso e reservado para fazer a brincadeira”, analisa a empresária.

“Aqui no meu estabelecimento criamos um formato de brunch para essas ocasiões, onde cada participante come e bebe à vontade os itens do nosso cardápio, por um valor único, e tem o direito à uma mesa reservada. Desde o final de novembro estamos lidando com maior movimento diariamente, e é muito gostoso ver esse clima de união e de confraternização entre os grupos de colegas de trabalho, amigos de faculdade ou de infância. Podia ser assim o ano todo”, brinca Natália.

Dona de uma loja de roupas na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, Thatiana Rambaldi também aposta na tradição do Amigo Secreto para alavancar as vendas no melhor período do calendário comercial.

“A expectativa aumenta ainda mais nesta semana, sabendo que os maiores Amigos Ocultos acontecem em família na noite de Natal. O melhor é que o cliente, além de presentear, acaba se rendendo e fazendo um investimento próprio. E aproveitando a oportunidade da venda para o Amigo Oculto, ele também já prefere resolver todos os presentes em um só lugar e é nesta hora que aproveito para aumentar o meu ticket médio, oferecendo kits de Natal, acessórios e outros”, comenta a lojista.

Quem também deve faturar com a troca de mimos são os micros e pequenos negócios. Aline Ramos trabalha com presentes personalizados e acredita que um produto feito com características pessoais do homenageado agregue ainda mais valor ao item escolhido.

“Vendo chinelos personalizados, canecas com foto, copos com nome, quadros, canetas, bolsas e muitos outros produtos feitos de maneira exclusiva e única. Acho que isso tem muito valor, pois a pessoa que recebe percebe o carinho do amigo ou do parente em planejar cada detalhe. A procura tem sido satisfatória nesse período, já que temos opções de diversos preços. Ou seja, independentemente do valor estipulado pelo grupo, a gente consegue atender o cliente”, informa a microempreendedora.

Corroborando com a expectativa dos lojistas, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR) estima que a troca de presentes no tradicional Amigo Oculto sempre agrega, pelo menos, 10% a mais nas vendas de final ano.

“Amigos, colegas de trabalho e familiares ainda mantêm esse gesto de carinho, uma forma de agradecer pelo companheirismo e pelo caminhar junto durante todo o ano e isso impacta positivamente, ajudando a impulsionar o movimento no comércio”, comenta o presidente da entidade, Gilson de Castro.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sicomércio-VR), Levi Freitas, é ainda mais otimista. Ele calcula que a venda de lembrancinhas para o Amigo Oculto representa cerca de 15% nos negócios na época.

“Mesmo que sejam presentes com valores menores do que se presenteia no Natal, essa troca de presentes sempre ajuda a melhorar as vendas neste período do ano. Acreditamos que dezembro será bem melhor em 2022 do que foi em 2021, porque a economia melhorou e as pessoas estão mais otimistas”, acrescentou.

Foto: reprodução da internet

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