Se na área de infraestrutura e manutenção Volta Redonda vai de mal a pior, na Saúde não é diferente. A situação no momento é tão grave que vigora um decreto de calamidade pública decorrente do déficit financeiro do setor no Município. Editado em 1º de janeiro pelo prefeito Neto (sem partido), o decreto tem prazo de 180 dias, podendo ser prorrogado.

Com os cofres vazios, a parte estrutural das unidades de saúde do Município deteriora com falta de manutenção. O cenário é complexo. Até quando a Prefeitura resolve fazer um reparo, o prazo de conclusão extrapola. Como sempre acontece, quem paga a conta é o contribuinte, principalmente aquele que não tem plano de saúde.

Os moradores da região do bairro Conforto convivem com isso desde 2022. Em junho passado, o Serviço de Pronto Atendimento (SPA), mais conhecido como Cais Conforto, fechou as portas para receber uma reforma geral. Passados nove meses, a população ainda não tem acesso às mudanças anunciadas. Isso acontece porque a reforma do antigo Sandú ficou paralisada por meses. O Palácio 17 de Julho alega que o projeto inicial necessitou de alterações e o valor saltou de 680 mil para cerca de R$ 1 milhão.

Nas redes sociais, as reclamações são diversas dos usuários do SUS. “A obra do Cais Conforto está parada desde o dia em que começou. Não avançou em nada. Vai ser mais uma obra igual a da escola Antonieta, na Rua 4. Descaso total”, pontuou uma internauta. “Poderia ter deixado do jeito que estava, pois agora quem mora aqui está sem atendimento emergencial”, disse outra munícipe. “Quando foi que o prefeito Antonio Francisco Neto passou a ser político e esqueceu Volta Redonda?”, questionou outro cidadão.

O Serviço de Pronto Atendimento é uma unidade de saúde intermediária integrada à Rede de Urgência/Emergência de Volta Redonda. Com atendimento 24h, recebe pacientes que procuram o local em situações de urgência em clínica médica, procedimentos cirúrgicos de pequena complexidade e internações.

O que diz a Prefeitura

O governo municipal informou que a reforma do SPA Conforto foi retomada em fevereiro após passar por ajustes para “readequar o projeto original, que foi elaborado no governo anterior”.

“Essa é uma obra que conta com recursos da Caixa Econômica Federal e uma contrapartida do Município. Quando assumimos a secretaria de Saúde, identificamos que o projeto precisava de adequações e agora estamos conseguindo retomar os trabalhos. Quando ficar pronta, a unidade terá melhorias em todos os espaços, beneficiando pacientes, acompanhantes e funcionários”, explicou a secretária municipal de Saúde, Maria da Conceição de Souza Rocha.

Os trabalhos atuais envolvem demolição e construção de alvenaria, com intervenções na área interna, como raspagem de paredes para receber nova pintura; troca das instalações hidráulica e elétrica, além de demolições na área externa, que, segundo a PMVR, será totalmente revitalizada.

“Além da substituição de redes de água e esgoto, e de instalações elétricas, toda a reforma do SPA Conforto vai contemplar melhorias em relação à acessibilidade; criação de mais um leito na sala vermelha; nova sala de expurgo e novo espaço para nebulização; novas instalações de gases medicinais; rede de informática e climatização em todos os ambientes. O SPA Conforto também vai ganhar novos revestimentos, reparo no telhado, troca de portas, reparo nas janelas, pinturas e novas louças e metais”. Os usuários agradecem.

Hospital Veterinário

Enquanto a população sofre na sala de espera por atendimento médico, o prefeito Neto acaba de anunciar a data da licitação da construção do Hospital Veterinário de Volta Redonda, no próximo dia 5 de abril. A unidade ficará em um terreno de 3,5 mil m², na Rua 401, esquina com a Rua 6, no bairro Rústico. O hospital público para animais será construído em uma parceria entre a prefeitura e o Governo do Estado. O valor total estimado do investimento é de R$ 4,1 milhões.

A unidade médica veterinária terá 760 m² e contará com quatro consultórios; ambulatório; recepção; laboratório; salas de raio-x, ultrassonografia, cirurgia e de recuperação anestésica; espaço para tratamento de doenças infecciosas; áreas de esterilização/higienização e canil.

A construção do Hospital Veterinário divide a opinião da população, principalmente devido à falta de médicos especialistas na rede pública e as longas filas de espera nas unidades de saúde do Município. “Se não têm dinheiro para investir na saúde, como vão investir em um hospital de animais?”, questionou uma agente comunitária, que pediu para ter o nome preservado. “Acho até válido cuidar dos nossos animais, mas em Volta Redonda o ser humano vem sendo deixado de lado pelas autoridades”, observa o aposentado Carlos Honorato.

Foto: divulgação PMVR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.