A alegria estampada no rosto da enfermeira Osilene Reis demonstra a plena realização desde que a filha, Eduarda Reis, de 20 anos, foi aprovada no curso de Medicina de quatro universidades de renome. Moradora do bairro Belo Horizonte, em Volta Redonda, Duda, como é conhecida, está de malas prontas para a cidade de Niterói. A instituição escolhida foi a Universidade Federal Fluminense (UFF), uma das mais conceituadas do país.

“Receber estes resultados foi e está sendo muito especial. É gratificante ver o fruto de todo um esforço ser recompensado”, conta a jovem que neste domingo (dia 26) se muda para a Região Metropolitana do Rio.

A mãe da futura médica, Osilene, fala sobre o orgulho em ver a filha cada vez mais próxima da carreira que tanto sonhou. “Como mãe estou extremamente orgulhosa e agradecida a Deus por ter me presenteado com uma filha maravilhosa. Nunca disse que ela teria que escolher essa ou qualquer outra área, porém sempre quis que pudesse ter o poder de escolha. Para isso, mesmo com todas as dificuldades financeiras, sempre priorizei a educação dela. Tenho a certeza que a educação é libertadora”, destaca a enfermeira.

Seguir uma rotina de estudos aliada a uma base sólida de conhecimento garantiu a Eduarda o primeiro lugar em três das quatro instituições onde foi aprovada. O resultado, segundo a jovem, é fruto de muito empenho, dedicação e disciplina em busca do maior sonho.

“Eu tenho o sonho de fazer medicina desde os 13 anos e toda decisão acadêmica foi feita pensando nesse objetivo. Estudei o meu Ensino Fundamental todo na Escola Centro Educacional do Retiro, fiz meu Ensino Médio parcialmente no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e finalizei no Instituto de Educação Professor Manuel Marinho”, explica Duda.

Orgulho dos professores

A conquista de Eduarda também despertou a sensação de dever cumprido nos professores que acompanharam parte de sua trajetória. Tanto esforço e dedicação foi motivo de orgulho para Alexandre Batista, doutor em Língua Portuguesa e diretor-geral no Instituto Manuel Marinho.

“A estudante Eduarda sempre foi muito dedicada aos estudos e comprometida com todas as atividades propostas pela escola. Mesmo durante a pandemia, ela se mostrava muito envolvida, entregava todas as atividades e nunca se abateu diante de nenhuma das adversidades pelas quais passou”, pontuou o professor.

“Nós, enquanto corpo docente e profissionais da educação, sentimos que ela foi coroada com o mérito do esforço, sendo o que a gente mais acredita”, completou Batista, informando que, assim como ela, outros estudantes do instituto também conquistaram vagas em universidades federais e bolsas de 100% em faculdades privadas das mais diversas graduações.

“O Instituto é muito organizado na questão das atividades propostas para os alunos e voltadas para o vestibular. Eu mesmo ministro curso de redação gratuita aos sábados e a gente tem conseguido bastante vitória neste processo”, contou o educador.

Ainda conforme o diretor do Manoel Marinho, a participação dos familiares da  Eduarda foi fundamental, tanto para a Duda como para a escola.

“Uma mãe muito dedicada, com uma crença imensa, chegava a ser emocionante, inclusive. A relação escola, estudante e família é a fórmula de sucesso para qualquer relação que os estudantes possam pretender”, observou Alexandre Batista.

Segundo a futura médica, para atingir seu objetivo também foi preciso abdicar de momentos de lazer, com amigos e em família. “Foi um processo difícil, muito desafiador emocionalmente falando. Pensei muitas vezes em desistir e optar por um curso mais fácil, mas sempre tive apoio da minha mãe, amigos e família para não desistir. Tudo valeu a pena no final”, recorda.

Exemplo de força e resiliência

Em 2019, o Ensino Médio veio para Eduarda acompanhado de outro grande desafio: a descoberta de um tumor de medula. Foi em 6 de agosto, logo após a transferência da aluna para o Instituto Manoel Marinho, que a jovem descobriu ser portadora de neoplasia benigna chamada Ependimoma de grau 1.

A condição, no entanto, nunca foi empecilho para as demais batalhas que estavam por vir. “Ela seguiu com todo o estudo mesmo após a cirurgia. Depois fomos para o Rio, para 30 sessões de radioterapia. A escola enviava o material e, mesmo assim, ela estudava. Na verdade, ela é muito especial e eu agradeço muito a Deus por ela nunca ter desistido”, revela Osilene, mãe de Duda.

Ela conta que a filha faz o controle da doença duas vezes por ano, acompanhada pela oncologista Renata Sarkis e pelo neurocirurgião Eduardo Segurasse. “Fazemos o controle com baterias de ressonâncias e acompanhamento médico. Graças a Deus ela está muito bem”, ressalta.

Foto: arquivo pessoal

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