O aplicativo de mensagens Telegram foi suspenso no Brasil, na noite de quarta-feira (dia 26), por decisão da Justiça Federal do Espírito Santo. A determinação ocorreu após a empresa se recusar a entregar todos os dados de grupos extremistas na plataforma solicitados pela Polícia Federal (PF).

Usuários relataram os primeiros indícios de instabilidade no app para celular no início da noite de quarta (dia 26), com pico de reclamações por volta das 23h. No entanto, na manhã desta quinta (dia 27), alguns dispositivos permanecem em funcionamento.

O imbróglio com as autoridades brasileiras começou após a PF pedir à empresa dados sobre integrantes de grupos criados na plataforma que estariam incentivando episódios de violência em escolas. O pedido foi deferido na última quarta-feira (dia 19) pela Justiça Federal do Espírito Santo.

Após decisão, o Telegram encaminhou informações à PF na sexta-feira da semana passada (dia 21). No entanto, de acordo com a corporação, a empresa deixou de fora o número de telefone dos participantes de um dos grupos com conteúdos de apologia ao nazismo.

As informações solicitadas integram as investigações sobre o ataque a uma escola em Aracruz (ES) em novembro de 2022. A PF quer apurar se o assassino de 16 anos, responsável por quatro mortes na instituição de ensino, interagiu em grupos neonazistas na rede social.

Recusa em colaborar

Na decisão que prevê o bloqueio da rede social, o juiz Wellington Lopes da Silva argumenta que “os fatos demonstrados pela autoridade policial revelam evidente propósito do Telegram de não cooperar com a investigação em curso (relativa a fato em tese criminoso do mais elevado interesse social)”.

O magistrado determinou ainda a ampliação da multa à empresa de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer todas as informações solicitadas pela PF.

Com informações do Metrópoles

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