Por ora, o projeto de reabertura do Recreio do Trabalhador foi interrompido. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio (Fecomércio), que em maio do ano passado demonstrou interesse em administrar o histórico complexo esportivo localizado na Vila Santa Cecília, anunciou na quarta-feira (dia 24) a compra de uma área de seis mil metros quadrados no bairro Barreira Cravo.

Formada também pelo Sesc, Senac e IFec, a Fecomércio chegou a iniciar conversas com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para adquirir o Recreio. O desejo de criar uma unidade do Sesc no local, nos moldes de outras cidades como Barra Mansa, não ficou apenas no discurso. Um ofício foi encaminhado à direção da empresa com uma proposta de compra, assinado pelo presidente da Fecomércio, Antonio Florencio de Queiroz Junior.

No entanto, o negócio não fluiu conforme o esperado, mesmo com a participação do governo municipal. Segundo relatos, o grupo comandado pelo empresário Benjamin Steinbruch optou por não se pronunciar sobre a proposta. Essa informação foi confirmada pelo prefeito de Volta Redonda, Neto (PP), na quarta-feira.

“Eles (Fecomércio) tentaram negociar com a CSN a compra do Recreio dos Trabalhadores, oferecendo R$ 60 milhões à vista. A CSN não respondeu, nós tentamos contato e não conseguimos,” disse Neto em entrevista ao jornal Diário do Vale.

Com a dificuldade imposta pela empresa, outras áreas passaram a ser analisadas, até a definição pelo imóvel pertencente a uma rede de supermercados, localizado nas proximidades da extinta sede do clube da Telerj. O negócio foi fechado por cerca de R$ 5,2 milhões.

Obra deve ser iniciada em até 4 meses

Uma fonte consultada pela Folha do Aço revelou que a obra de infraestrutura deve começar dentro de quatro meses. A expectativa é que a nova unidade do Sesc em Volta Redonda seja inaugurada em 2026.

“Vamos trazer absolutamente tudo: odontologia, mamografia, contraturno escolar com o projeto ‘Sesc Mais Infância’, ginásios, piscinas e muito mais,” disse o presidente da Fecomércio, Antonio Florêncio de Queiroz, em entrevista ao Diário do Vale.

“Vamos gerar de 100 a 150 empregos durante a obra e mais de 80 com a unidade em operação. Vamos contratar profissionais de diversas áreas como educação, cultura e saúde para ajudar a transformar Volta Redonda.”

Recreio sem previsão de reabertura

Com a desistência da Fecomércio, uma das mais tradicionais áreas de esporte e lazer de Volta Redonda, o Recreio do Trabalhador, segue sem previsão de reabertura. O tombamento de parte de sua estrutura pelo patrimônio histórico do município inviabiliza, a princípio, projetos como a construção de um condomínio residencial.

O espaço está fechado desde 16 de março de 2020, quando decretos dos governos estadual e municipal restringiram a aglomeração de pessoas devido à pandemia da Covid-19. Posteriormente, em 12 de junho do mesmo ano, a Fundação CSN anunciou seu fechamento definitivo.

A direção da CSN já demonstrava desconforto com a perda de sócios, tendo seu quadro reduzido em 85% nos últimos anos, o que inviabilizou a arrecadação de recursos para sua manutenção. Esse contexto foi agravado com a pandemia, quando aumentou significativamente a saída de sócios e cursistas.

Com o encerramento das atividades, todos os funcionários foram dispensados, incluindo educadores físicos, vigilantes e outros profissionais. Inaugurado em 1954, o Recreio do Trabalhador contava com um ginásio poliesportivo, quadras de tênis, campo de futebol, pista de atletismo e um complexo de piscinas, hoje em estado de abandono.

Foto: divulgação

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