Representantes de 12 países estão reunidos no Rio de Janeiro para uma semana de discussões técnicas sobre a pesquisa mineral de urânio e a garantia de oferta futura desse recurso para o Brasil e o mundo. Eles participam da Reunião Técnica sobre Avaliação e Quantificação de Recursos Prognosticados e Especulativos de Urânio, promovido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e sediado pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB).

O objetivo do evento é revisar metodologias adotadas pelos países membros da AIEA para relatar recursos de urânio, com foco nos recursos potenciais ainda inexplorados, além de avaliar ferramentas para sua análise e quantificação, visando gerar inventários mais precisos sobre a disponibilidade futura desse minério.

Na cerimônia de abertura, realizada nesta segunda-feira, 4 de novembro, o presidente da INB, Adauto Seixas, destacou a importância do urânio para a geração de energia limpa e a relevância do evento para o momento atual da INB, que está retomando suas atividades de pesquisa mineral no Brasil.

“Nosso país possui um vasto potencial para prospecção de urânio, com muitos recursos minerais ainda não explorados. Portanto, o tema deste evento é extremamente relevante para nós. Com o aumento esperado da demanda nos próximos anos, o mundo precisará de novos fornecedores, e a INB, que possui a prerrogativa de pesquisa e extração de urânio no país, terá um papel central na prospecção de novas jazidas no Brasil”, afirmou Seixas.

Ele também mencionou o Programa Pró-Urânio, que visa estabelecer parcerias para a prospecção e exploração de urânio e materiais associados. “Na primeira fase, quatro áreas serão disponibilizadas para licitação ao longo de 2025”, anunciou.

Mark Mihalasky, representante da AIEA, ressaltou a importância do encontro, afirmando que há uma necessidade crescente de discutir esses temas devido ao “renascimento nuclear” global. Mihalasky apresentou dados sobre o setor, incluindo usinas nucleares em operação e em construção em diversos países, que indicam uma tendência de aumento da demanda por urânio e a necessidade de avanços na pesquisa e avaliação de recursos minerais.

O secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Vitor Saback, também participou do evento, enfatizando que a avaliação de recursos de urânio é prioritária para o Brasil. Ele destacou ainda que o crescimento da energia nuclear no país está alinhado aos compromissos internacionais de descarbonização e transição para uma economia de baixo carbono. “Uma avaliação precisa das reservas é essencial para planejar o futuro da nossa matriz energética e garantir a segurança energética nacional”, completou.

A cerimônia contou com a presença de representantes da ENBPar, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Serviço Geológico do Brasil (SGB), além de outras instituições do setor.

O evento prossegue até sexta-feira (dia 8), com uma visita programada à Fábrica de Combustível Nuclear da INB em Resende, no Sul do Estado.

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