Na próxima segunda-feira (dia 25), profissionais da área do direito irão às urnas para escolher a nova diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção Volta Redonda (OAB-VR). A eleição definirá os responsáveis por liderar a instituição durante o triênio 2025-2027.

Cerca de 1.450 advogados têm o direito de votar e participar do processo eleitoral. As urnas estarão disponíveis na sede da OAB-VR, localizada no bairro Nossa Senhora das Graças. A nova diretoria será composta pelo presidente, vice-presidente, secretários geral e adjunto, tesoureiro, além de conselheiros efetivos e suplentes.

Três candidatos à presidência estão disputando o cargo: Wéderson Cardoso, Bruno Oliveira e Carolina Patitucci, atual presidente da subseção. Cada chapa apresenta propostas voltadas ao fortalecimento da advocacia local, buscando soluções para os desafios que a profissão enfrenta no município e no estado.

A Folha do Aço procurou entrevistar todos os candidatos para apresentar suas propostas aos leitores. No entanto, até o fechamento desta edição, apenas Wéderson Cardoso e Bruno Oliveira haviam respondido aos questionamentos. Confira, a seguir, as propostas dos candidatos.

Wéderson Cardoso, Chapa 33 – “ReviraVolta”

Folha do Aço: Quais são suas principais propostas para melhorar a atuação da OAB VR, especialmente no que diz respeito ao apoio aos advogados jovens e iniciantes na profissão?

Wéderson: A advocacia jovem é o coração pulsante de nossa classe e merece atenção especial. Propomos o Programa de Apadrinhamento à Jovem Advocacia, conectando profissionais experientes a advogados iniciantes para orientá-los em sua formação prática e estratégica. Esse apoio vai além da técnica jurídica, englobando networking e planejamento de carreira. Além disso, o Projeto Elo: Conexão entre Advocacia e Estagiários facilitará o ingresso de jovens no mercado, promovendo oportunidades de trabalho ao conectar escritórios a novos talentos diretamente pela Comissão da Jovem Advocacia. Com isso, transformaremos desafios em oportunidades reais. 

Para garantir a qualificação contínua, implementaremos um Calendário Anual de Cursos Extensivos Gratuitos, voltados para o desenvolvimento prático em áreas essenciais, assegurando que a jovem advocacia esteja capacitada para enfrentar os desafios do mercado jurídico. 

Como você pretende fortalecer a relação da OAB com a sociedade civil, garantindo que a instituição tenha um papel ativo na defesa dos direitos fundamentais e no combate à injustiça social?

A OAB precisa ser protagonista na luta por justiça social e defesa dos direitos fundamentais. Pretendemos reforçar o papel das Comissões temáticas, como a de Direitos Humanos, com ações efetivas em situações de violações de direitos. Atuaremos em parceria com instituições públicas e movimentos sociais, ampliando a presença da Ordem em debates fundamentais e criando redes de apoio para ações coletivas. 

Além disso, nossa luta contra a morosidade processual – que impacta diretamente a sociedade – é um compromisso inegociável. Propomos maior diálogo com os tribunais para aplicar o princípio da razoabilidade nos prazos processuais, garantindo celeridade nas decisões e beneficiando advogados e cidadãos.

Promoveremos também campanhas educativas e audiências públicas, tornando a OAB uma referência na conscientização sobre direitos e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 

Em sua visão, quais são os maiores desafios enfrentados pelos advogados de Volta Redonda atualmente, e quais medidas você adotaria para resolver essas questões de forma prática e eficaz?

Entre os maiores desafios estão a morosidade processual, a falta de suporte para jovens advogados e as condições inadequadas nos espaços de trabalho. Nossa chapa 33 “ReviraVolta” tem propostas claras e objetivas para resolver esses problemas. Para a morosidade, garantiremos que mandados de pagamento sejam cumpridos no mesmo dia de sua expedição, por meio de um trabalho conjunto com as serventias. Além disso, exigiremos a ampliação do uso de balcões virtuais para melhorar a celeridade e reduzir a burocracia.

Já para os jovens advogados, o Programa de Apadrinhamento e o Projeto Elo proporcionarão suporte técnico e integração com escritórios, criando oportunidades reais de crescimento profissional. No que diz respeito aos espaços de trabalho, nosso compromisso inclui a criação de ambientes dignos e funcionais para a advocacia, melhorando salas nos fóruns e construindo um espaço para a advocacia dentro da Casa de Custódia, com a instalação de um contêiner totalmente equipado para atender aos colegas criminalistas que ali atuam.

A OAB tem um papel importante na fiscalização e na ética profissional. Como você pretende garantir que os advogados mantenham altos padrões éticos, ao mesmo tempo em que respeitam a diversidade de opiniões e práticas dentro da profissão?

A ética é a base da advocacia, mas sua aplicação deve ser acompanhada de respeito à diversidade de opiniões e práticas. Nossa gestão dará um papel ainda mais ativo à Comissão de Prerrogativas, garantindo a proteção dos direitos dos advogados em todos os âmbitos de sua atuação, sempre com isenção e responsabilidade. 

Além disso, promoveremos capacitações constantes sobre ética profissional por meio de palestras, cursos e debates. O objetivo é não apenas fiscalizar, mas educar e conscientizar sobre a importância da ética para a credibilidade da profissão. 

Estimularemos o diálogo aberto entre os advogados, fortalecendo a união da classe e garantindo que divergências sejam tratadas com profissionalismo e respeito mútuo. Nosso compromisso é uma advocacia ética, inclusiva e verdadeiramente comprometida com a justiça.

Quais são suas propostas para modernizar a infraestrutura da OAB-VR, incluindo a utilização de tecnologias que possam facilitar o dia a dia dos advogados e melhorar a comunicação entre os membros da instituição?

Nossa chapa 33 “ReviraVolta” tem propostas concretas para modernizar a infraestrutura da OAB Volta Redonda, trazendo soluções que unam tecnologia e inclusão. Vamos implementar um sistema digital integrado para que os advogados possam acessar serviços, acompanhar demandas e participar de atividades da Ordem de forma prática e eficiente. Ampliaremos o uso do balcão virtual, facilitando o contato com as serventias e reduzindo deslocamentos desnecessários, além de desenvolver parcerias para oferecer ferramentas tecnológicas que otimizem a gestão de processos e o dia a dia da advocacia. 

No entanto, entendemos que modernizar a infraestrutura vai além da tecnologia. Vamos lutar pela acessibilidade na sede da OAB, trabalhando para a instalação de um elevador que permita a inclusão de todos os colegas, sem qualquer barreira física. Também promoveremos melhorias nas salas da advocacia nos fóruns da região, criando espaços mais dignos e equipados. 

Um destaque especial é nosso compromisso de instalar um contêiner adaptado na Casa de Custódia, funcionando como uma sala de advocacia para atender aos colegas que atuam no direito criminal. Será um espaço adequado e funcional, que demonstra respeito e cuidado com a prática da advocacia em todas as áreas. 

Com essas medidas, construiremos uma OAB moderna, acessível e preparada para atender às demandas de seus membros, garantindo melhores condições de trabalho e comunicação eficiente entre todos.

Bruno Oliveira, Chapa 10 – “OAB para servir a classe”

Folha do Aço: Quais são suas principais propostas para melhorar a atuação da OAB-VR, especialmente no que diz respeito ao apoio aos advogados jovens e iniciantes na profissão?

Bruno Oliveira: Temos uma grande preocupação com a OAB Jovem, pois ela representa o futuro da advocacia. Muitos acadêmicos, ao saírem da faculdade, enfrentam dificuldades para conectar a formação acadêmica com a prática profissional. O objetivo é acolher esses profissionais no início de suas carreiras, garantindo que consigam se estabelecer na profissão.

Nosso foco é proporcionar condições para que o jovem advogado sobreviva à profissão em diversos aspectos. Primeiramente, no âmbito financeiro, e, em segundo lugar, no fortalecimento do exercício livre da advocacia, com ênfase na defesa das prerrogativas profissionais. Entre as iniciativas, vamos criar uma comissão de corregedoria para lidar com servidores que violem prerrogativas. Dessa forma, poderemos denunciar essas situações diretamente às corregedorias das respectivas entidades.

Além disso, estamos planejando o maior e melhor programa voltado para jovens advogados: um convênio com o Núcleo de Primeiro Atendimento no Juizado Especial. Por meio de um plantão rotativo organizado pela OAB, qualquer advogado, preferencialmente à jovem advocacia, poderá se inscrever para atuar nesses atendimentos iniciais. Atualmente, muitas pessoas buscam o Juizado sem a presença de advogados, o que resulta em aproximadamente 16 demandas diárias propostas sem assistência jurídica profissional especializada.

Nosso objetivo é mudar esse cenário, incentivando essas pessoas a escolherem ser atendidas por um advogado. Isso não apenas fortalece a advocacia, mas também amplia as oportunidades para jovens advogados e advogadas, ajudando-os a ampliar sua carteira de clientes e consolidar sua atuação no mercado.

Folha do Aço: Como você pretende fortalecer a relação da OAB com a sociedade civil, garantindo que a instituição tenha um papel ativo na defesa dos direitos fundamentais e no combate à injustiça social?

Bruno Oliveira: Primeiro, é fundamental reforçar que a Ordem dos Advogados do Brasil existe para cumprir sua missão principal, que é proteger os direitos dos advogados e garantir o pleno exercício da advocacia. Essa é a pauta central da nossa gestão.

Além disso, a OAB também desempenha um papel político relevante, posicionando-se em momentos decisivos da história do país, sempre ao lado da justiça e do interesse social. Essa atuação institucional é essencial, mas nossa prioridade é clara: a advocacia.

A Ordem se comunica com a sociedade por meio de suas comissões, que desempenham um papel importante. No entanto, a essência e a função primordial da OAB estão voltadas para a defesa e o fortalecimento da classe advocatícia, que é o foco principal da nossa gestão.

Folha do Aço: Em sua visão, quais são os maiores desafios enfrentados pelos advogados de Volta Redonda atualmente, e quais medidas você adotaria para resolver essas questões de forma prática e eficaz?

A advocacia enfrenta inúmeros desafios, não apenas em Volta Redonda, mas em todo o estado e no Brasil. Entre os principais, estão a morosidade processual e o desrespeito às prerrogativas dos advogados. Para combater essas questões, nosso compromisso é fortalecer a Comissão de Prerrogativas, garantindo que as ações sejam realizadas com dupla de delegados de prerrogativas, além da ampliação do quadro de delegados, para oferecer mais segurança e eficácia no atendimento às demandas da classe.

Outro ponto crucial é levar ao conhecimento das instituições públicas onde a advocacia atua em seu cotidiano o direito do advogado no exercício de seu ofício. Dessa forma, educaremos a todos, fazendo com que entendam que as prerrogativas da advocacia não têm a ver com privilégio, além de serem leis federais que devem ser respeitadas.

A morosidade processual, por sua vez, é um problema crônico do sistema de justiça no Brasil. Como é uma questão de competência seccional, não cabe ao presidente local implementar mudanças diretas. Se fosse algo fácil de resolver, já teria sido solucionado. Contudo, podemos atuar através do diálogo com a direção do fórum da comarca, propondo iniciativas como mutirões em datas estratégicas – por exemplo, no Dia das Mães, Semana Santa, Carnaval e recesso forense – para agilizar a expedição de alvarás, permitindo que a advocacia possa descansar e se divertir com estabilidade financeira.

Outro ponto importante é a luta contra as custas judiciais cobradas para o recebimento de alvarás, uma questão que também está sendo enfrentada em nível seccional. Nosso objetivo é combater tudo o que prejudica o exercício livre e pleno da advocacia, sempre buscando soluções que beneficiem a classe e garantam condições mais justas e eficientes para o trabalho da advocacia.

Folha do Aço: A OAB tem um papel importante na fiscalização e na ética profissional. Como você pretende garantir que os advogados mantenham altos padrões éticos, ao mesmo tempo em que respeitam a diversidade de opiniões e práticas dentro da profissão?

A questão ética é central na advocacia e frequentemente cobrada dos profissionais. Como conselheiro na seccional, acompanho o julgamento de processos éticos e percebo que a forma de aprimorar essa questão é mudar a cultura, fortalecendo a ética desde a formação acadêmica até a prática profissional, especialmente junto à Jovem Advocacia.

É igualmente importante proteger o advogado, que muitas vezes é injustamente atacado por clientes insatisfeitos ou até mesmo por decisões arbitrárias de tribunais, como juízes que ordenam ofícios contra nossos profissionais. Nossa função é filtrar essas situações. Advogados que de fato cometerem infrações éticas devem passar pelo devido processo legal, mas a OAB não pode ser usada como ferramenta para agredir ou perseguir sua própria classe.

Nossa gestão terá como prioridade a valorização da ética, promovendo treinamentos e cursos em parceria com instituições acadêmicas, além de conscientizar sobre sua importância na profissão. Contudo, também deixaremos claro que a OAB não é, e jamais deve ser, uma instituição que persiga ou julgue arbitrariamente os advogados.

Hoje, em muitos julgamentos no conselho, nota-se um viés injusto por parte das subseções, partindo da premissa de que o advogado é o culpado. Isso precisa mudar. A Ordem existe para proteger e fortalecer a advocacia, garantindo que cada profissional tenha um ambiente justo e respeitoso para exercer sua função. A Ordem dos Advogados do Brasil é a casa da advocacia e, portanto, deve proteger o advogado.

Folha do Aço: Quais são suas propostas para modernizar a infraestrutura da OAB-VR, incluindo a utilização de tecnologias que possam facilitar o dia a dia dos advogados e melhorar a comunicação entre os membros da instituição?

Uma das nossas prioridades será modernizar a infraestrutura da subseção, buscando apoio para atualizar todos os equipamentos. Hoje, a advocacia é essencialmente digital, e é indispensável que os profissionais tenham acesso a ferramentas modernas e tecnológicas. A comunicação na profissão, que historicamente se dá por e-mail e telefone, precisa ser aprimorada para atender às exigências do mundo atual.

Quanto à presença do jovem advogado nas redes sociais, incluindo plataformas como TikTok e outras redes, entendemos que essa escolha cabe a cada profissional. Aqueles que optarem por adotar essa linha de trabalho e imagem têm total liberdade para fazê-lo, mas não identificamos essa prática como algo que contribua de forma positiva para a advocacia. A imagem da profissão deve ser de serenidade, elegância e transmitir tranquilidade e segurança aos clientes.

Reconhecemos que a inovação faz parte do progresso, mas acreditamos que cabe ao advogado decidir como se posicionar nesse ambiente. A Ordem, no entanto, não terá papel de apoio ou palco a esse tipo de conteúdo. Nosso foco será direcionado à modernização dos equipamentos e tecnologias que realmente impactam a prática profissional, garantindo que a advocacia esteja à altura das demandas do presente e do futuro.

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