Resultado de parte do investimento de R$ 4 bilhões em segurança pública que o Governo do Estado já fez na atual gestão, a tecnologia e a inteligência, além de ajudar em investigações de crimes e na preservação do meio ambiente e ordem pública, também salvam vidas. É o caso do emprego de drones de última geração em ações de diversas secretarias e órgãos estaduais. Só cinco deles já contam com pelo menos 100 equipamentos. No Réveillon de Copacabana, 15 drones – com software de reconhecimento facial, câmeras de longo alcance e dois deles com megafones – ajudarão as Forças Policiais no monitoramento de mais de 2 milhões de pessoas.
Na última quarta-feira (25/12), dia de Natal, esse tipo de recurso foi fundamental para o resgate de um produtor musical, que supostamente seria morto por traficantes na Favela do Caju. Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) checavam, por meio de um veículo aéreo não tripulado, denúncias de suposto crime ambiental, quando flagraram bandidos torturando a vítima. Homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e do Departamento Geral de Polícia Especializada foram acionados e salvaram o produtor.
“Estamos fazendo a nossa parte e investindo em tecnologia para auxiliar o trabalho de agentes do Estado em diversos setores, especialmente na segurança, para impedir a prática de crimes contra a vida. O uso dos drones sem dúvida dá mais transparências às ações, garante mais eficácia às operações e menos riscos para servidores públicos”, ressaltou o governador Cláudio Castro.
No dia a dia, os drones passaram a ter vários tipos de utilidades em favor dos cidadãos fluminenses. O Inea, por exemplo, monitora, pela plataforma “Olho no Verde-Queimadas”, toda a cobertura florestal do Estado do Rio, para identificar focos de fogo nas florestas. Combinados com inteligência artificial, os dados são comparados e validados por 15 drones. No início do mês, funcionários do instituto foram destaque na imprensa, ao localizarem e salvarem uma garça-moura com um copo plástico atravessado na garganta, no Recreio.
Drones da PM monitoram pontos estratégicos
Mas é na segurança pública que os super drones, como são chamados, são mais requisitados no dia a dia. A Polícia Militar conta com 35 drones, que monitoram o espaço aéreo em pontos estratégicos. O Grupamento Aeromóvel (GAM) capacita e treina os operadores. Mais de 200 já foram treinados. A localização de acampamentos de criminosos em matas, além de apreensão de drogas, armas e veículos roubados em locais de difícil acesso em comunidades, só têm sido possíveis com a ajuda de drones. Os que possuem câmeras do Sistema de Videomonitoramento e Reconhecimento Facial, que identificam foragidos da Justiça em tempo real, são destaques. Câmeras térmicas também identificam a movimentação de pessoas em regiões fechadas ou à noite.
Na rotina da Polícia Civil, 12 drones são o braço direito dos agentes nas investigações, com monitoramento de integrantes de organizações criminosas e levantamento de informações, que possibilitam trocas de dados com a Subsecretaria de Inteligência e com a Agência Central de Inteligência. São esses órgãos que concentram as tomadas de decisões estratégicas e operacionais de combate ao crime.
A Polícia Civil também emprega drones em trabalhos de perícia, principalmente em locais de acidentes e apuração de crime ambientais, como queimadas. Nos acidentes de trânsito, a foto aérea permite a confecção de um croqui mais elaborado e de alta definição.
Equipamentos em teste possuem megafones e capacidade de entregar comida a desabrigados
Neste Verão, o Corpo de Bombeiros, que possui 17 drones, passou a testar dois deles com mais recursos. Munidos com megafones, os aparelhos, com faróis de buscas com alcance e precisão de 900 metros de distância e capacidade de voo em condições adversas, como chuva forte, podem transmitir orientações de técnicos da Defesa Civil e bombeiros a quem está em perigo em terra e prédios.
Em locais isolados por desastres ambientais, os super drones são capazes até de levar água e alimentos para desabrigados. Diariamente, os bombeiros usam aeronaves não-tripuladas para a busca de desaparecidos no mar, rios e florestas; e direcionar equipes para combate a incêndios em áreas urbanas.
O Gabinete de Segurança Institucional é outro órgão que reforça suas operações com 11 aeronaves remotamente pilotadas. O GSI é responsável por formar servidores, de diferentes secretarias, em quatro cursos para operadores avançados. Os drones auxiliam também equipes da polícia e do Detran-RJ a identificar e fechar ferros-velhos ilegais.
Monitoramento aéreo aumenta a segurança em megaeventos
Grandes eventos realizados no Estado do Rio passaram a contar com drones, que dão maior proteção a moradores e turistas. Foi assim no show da Madonna em Copacabana, que recebeu público estimado em 1,5 milhão em maio deste ano, e no Rock in Rio, em setembro, com 730 mil pessoas.
Para o Réveillon 2025, em Copacabana, principal palco das celebrações, 3.300 policiais, 12% a mais do que no ano anterior, estarão presentes para garantir a segurança de fluminenses e turistas durante a queima de fogos. A operação contará com drones nos pontos de maiores aglomerações.
Neste fim de ano, a Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) da Polícia Civil usará os equipamentos para fiscalizar as estruturas das balsas em que serão realizadas a queima de fogos da virada do ano, onde não é possível o acesso humano.
Lei Seca também já conta com drones contra “fujões”
A Operação Lei Seca passou a contar com reforço de nove drones, que passaram a ser usados para flagrar motoristas que tentam escapar da fiscalização. Os aparelhos também identificam veículos com registros de roubo e furto. Só em 2024, a Lei Seca abordou 250.384 mil motoristas em 3.117 operações de fiscalização no Estado do Rio de Janeiro.
Drones com autonomia de voo de até uma hora e câmeras com potência de zoom que aproxima em 200 vezes a imagem real, também serão usados pela Operação Foco Divisas, no combate à sonegação fiscal no Rio. Um equipamento já está em teste, vigiando veículos de cargas em rotas clandestinas, usadas por quadrilhas que tentam burlar leis fiscais.