Os moradores de Volta Redonda enfrentam um fevereiro desafiador, marcado por temperaturas recordes e frequentes problemas no abastecimento de água. Com os termômetros ultrapassando os 40°C, a sensação térmica se torna ainda mais intensa, dificultando a rotina da população. A combinação do calor escaldante com a escassez de água tem gerado preocupação e indignação em diversos bairros da cidade.

Regiões como Vila Rica, Santa Cruz, Roma, Três Poços e Siderópolis estão entre as mais afetadas. Durante o dia, o abastecimento é escasso, e a água só retorna à noite ou de madrugada, muitas vezes de forma insuficiente.

“É impossível suportar esse calor sem água. Estamos há dias sem uma gota na torneira durante o dia. Só cai água na caixa de madrugada, mas até o fim do dia já acabou. E quem precisa de água direto da rua, como faz?”, desabafa Deise Maria, moradora do bairro Retiro, que, mesmo vivendo a menos de 5 km da Estação de Tratamento de Água (ETA) Belmonte, enfrenta a falta d’água há pelo menos duas semanas.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Volta Redonda atribui o problema ao aumento do consumo e a falhas em estações de bombeamento causadas por quedas de energia. No entanto, moradores cobram planejamento e soluções definitivas para evitar a repetição do cenário nos próximos verões.

“Todo ano é a mesma coisa. Quando o calor aperta, ficamos sem água e sem resposta concreta das autoridades. Não é possível que a prefeitura gaste dinheiro com tanta coisa e o Saae não tenha geradores nas bombas para quando a luz acaba”, critica o comerciante Fábio Martins, do bairro Tiradentes.

População implora providências

Nas redes sociais, cresce a insatisfação e os pedidos de providências. A prefeitura anunciou no fim do ano passado a aquisição de geradores para a Estação de Tratamento de Água do Belmonte, mas não esclareceu se o mesmo será feito para as estações de bombeamento.

Além da crise hídrica, outra dificuldade afeta a população: as constantes quedas de energia. A situação, já denunciada pela Folha do Aço, prejudica moradores de bairros como Vila Rica, Jardim Belvedere, Casa de Pedra, Siderópolis e Água Limpa. Mesmo após cobranças de vereadores e deputados, a Light segue registrando interrupções diárias no fornecimento de energia.

“Nesse calorão, essas quedas de luz aumentam o risco de queimar ventilador, ar-condicionado, geladeira, os equipamentos que mais usamos para aliviar o calor. Pior ainda para quem tem bebês em casa. É um absurdo pagar conta de luz alta e taxa de iluminação sem ter um serviço decente”, reclama a enfermeira Mariana Oliveira.

Especialistas alertam que as mudanças climáticas e a falta de planejamento urbano podem tornar esses problemas ainda mais frequentes nos próximos anos, exigindo investimentos urgentes em infraestrutura e gestão hídrica.

Enquanto isso, moradores recorrem a ventiladores – quando há energia – e banhos improvisados para tentar amenizar o desconforto. Sem previsão de alívio imediato e com o outono ainda distante, a população teme que a combinação de calor extremo e falta d’água continue sendo um desafio diário neste verão.

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