Mais uma obra da gestão do prefeito Neto (PP) enfrenta atrasos, somando-se a uma série de projetos que não foram entregues no prazo. Desta vez, trata-se da construção do Centro de Convivência no bairro Brasilândia, que deveria estar pronto desde setembro do ano passado. No entanto, além do atraso, a Prefeitura rescindiu administrativamente o contrato com a empresa JGR Engenharia e Arquitetura, responsável pela execução do serviço.
A rescisão foi formalizada no dia 24 de março por meio do decreto nº 19.137. Segundo o documento, a empresa, sediada em Miguel Pereira, “não executou o contrato na forma prevista”. A administração municipal alegou ter feito diversas tentativas de contato para que a contratada cumprisse com suas obrigações, mas sem sucesso.
O projeto, elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPU), previa a construção de um espaço de 183,65m² na Praça Santos Ferreira, entre as ruas Seis e Sebastião Bento Pereira. Além da estrutura principal, o local contaria com banheiros acessíveis, cozinha e um palco para apresentações.
Obra orçada em quase meio milhão pode ficar mais cara
O valor do contrato com a JGR Engenharia era de R$ 496 mil, montante da proposta vencedora da tomada de preços nº 046/2023. Inicialmente, o edital de licitação estimava um custo de R$ 720 mil, mas a empresa venceu o certame realizado em janeiro do ano passado ao apresentar um valor bem abaixo do previsto, estratégia conhecida como “mergulho no preço” no meio licitatório.
Agora, com a rescisão do contrato, uma nova empresa precisará ser contratada, o que pode aumentar o custo total da obra. Ainda não há previsão para a realização de um novo processo licitatório.
Centro de Convivência promete integração social
A proposta do Centro de Convivência é ser um espaço de acolhimento e inclusão para adultos em sofrimento psíquico, promovendo atividades culturais e artísticas. Quando concluído, o local oferecerá oficinas de pintura em tela, cinema, teatro, dança, música, contação de histórias, artesanato com material reciclado e até uma tenda cultural da liberdade, além de atividades físicas.
Enquanto isso, a obra segue paralisada, e os moradores do bairro Brasilândia continuam à espera de um equipamento público que deveria ter sido entregue há meses.
Praça Chaminé
A remodelação da Praça da Chaminé, localizada sob o Viaduto Nossa Senhora das Graças, no bairro Jardim Paraíba, é mais uma obra da prefeitura de Volta Redonda com contrato rescindido. A administração municipal alega que a empresa responsável pela empreitada, De Sá Serviços, “não executou o contrato na forma prevista”. Com isso, uma nova licitação será necessária para definir outra empresa para concluir o projeto.
O contrato original foi assinado em outubro de 2022 e previa a conclusão da obra até junho de 2023. Entretanto, o cronograma não foi cumprido e recebeu cinco aditivos, o último publicado em junho do ano passado, estendendo o prazo até 5 de dezembro. Mesmo assim, os trabalhos não foram concluídos.
Diante disso, no último dia 24 de março, o prefeito Neto (PP) assinou o decreto nº 19.136, que oficializou a rescisão administrativa do contrato. O documento destaca que a Prefeitura tentou, sem sucesso, contato com a construtora para cobrar o andamento das obras.
O que prevê o projeto?
A remodelação da Praça da Chaminé, com investimento estimado em R$ 809 mil, inclui a pavimentação do espaço, instalação de bancos, iluminação, arborização, pistas de skate, grafites nos muros e a demolição das construções existentes, incluindo o Quiosque Medina.
A Chaminé Centenária é considerada o marco zero de Volta Redonda. Construída em 1903, a estrutura já abrigou um engenho de cana-de-açúcar e, posteriormente, uma sociedade de laticínios. Tombada como patrimônio histórico municipal em 1985, a torre de 40 metros de altura segue como um símbolo da cidade.
Com a rescisão do contrato, a população segue sem previsão para a conclusão da obra, que prometia revitalizar um dos espaços históricos mais importantes do município.
Interessante, a foto mostra a execução do mural agora parcialmente mutilado por um muro da construção em andamento. Quanto custou esse grafite agora agredido em parte.