Com a chegada do inverno no próximo dia 20 de junho, os tutores de animais de estimação devem redobrar os cuidados com seus companheiros de quatro patas – e até com os de penas. A queda nas temperaturas, somada ao aumento da umidade e ao hábito de manter ambientes fechados, cria um cenário propício para doenças respiratórias, problemas articulares e até casos de hipotermia em pets.
“Os animais sentem frio, sim! E os tutores precisam ficar atentos aos sinais”, alerta a médica veterinária Dayana Santos.
Segundo a especialista, durante os meses mais frios do ano, cães, gatos e até pets exóticos como coelhos, hamsters e aves podem apresentar sintomas de desconforto térmico. Tremores, orelhas e patas geladas, busca por locais quentinhos, postura encolhida e menor movimentação estão entre os sinais mais comuns.
“Esses comportamentos são alertas do corpo do animal tentando conservar calor. O tutor deve ficar atento, principalmente com filhotes, idosos, animais magros ou com pelagem curta”, explica.
Roupas e cobertores: aliados, mas com moderação
Para esses grupos mais sensíveis, o uso de roupinhas e cobertores é altamente recomendado. Mas, segundo Dayana, é importante que as roupas sejam apropriadas. “As roupas devem ser confortáveis, com tecido leve, sem apertar ou causar incômodo. Nunca devem estar úmidas, pois isso pode piorar a situação”, afirma.
Além disso, a caminha do animal deve ser protegida do contato direto com o chão. “Coloque sobre um cobertor, papelão ou sofá para isolar do frio”, orienta.
Mas nem todos os pets se adaptam bem às roupas. Dayana alerta que em animais com dermatites ou problemas de pele, o uso de tecido em contato direto com a pele pode agravar o quadro. Em dias mais amenos ou ambientes aquecidos, o uso prolongado também pode provocar superaquecimento ou atrito.
“Se o pet já dorme em local aquecido e tem acesso a cobertor, talvez não seja necessário forçá-lo a usar roupa”, pondera.
Banhos no frio: pode, mas com cuidados
Os banhos estão liberados, desde que com os devidos cuidados. A recomendação da veterinária é utilizar água morna – jamais quente – e garantir que o animal seja bem seco logo após.
“O banho deve ser rápido, com produtos adequados e sem exposição a correntes de ar. O ideal é ajustar a frequência conforme o estilo de vida do pet. Se for possível espaçar os banhos para a cada 15 dias, melhor”, orienta a veterinária. O uso incorreto de secadores ou banhos muito quentes pode causar irritações na pele e até queimaduras.
Doenças mais comuns no inverno
Entre as enfermidades que mais acometem os pets no frio estão a tosse dos canis (gripe canina), doenças respiratórias, hipotermia e problemas articulares. A vacinação contra a gripe canina, segundo a veterinária, é uma forma eficaz de prevenção, sobretudo para cães que frequentam locais com alta circulação de animais, como pet shops, creches e hotéis.
Os pets exóticos são ainda mais sensíveis às quedas de temperatura. Coelhos e hamsters, por exemplo, podem sofrer hipotermia com facilidade. “É essencial mantê-los em ambientes acima de 18°C, forrar bem as gaiolas com material isolante e evitar correntes de ar”, explica Dayana.
As aves, como calopsitas e periquitos, também requerem cuidados específicos no inverno. O metabolismo acelerado e o corpo pequeno as tornam vulneráveis ao frio. “Cubra parcialmente a gaiola com uma manta grossa, sem bloquear a ventilação, e suspenda os banhos durante os meses frios”, sugere.
Com a previsão de dias gelados nos próximos meses, o alerta da veterinária é claro: prevenção é o melhor caminho para garantir o conforto e a saúde dos pets. “Nossos animais dependem de nós para manter o bem-estar. Com atenção e carinho, conseguimos passar pelo inverno com segurança”, conclui Dayana.