Depois de um ano e meio de angústia, mobilizações e cobranças às autoridades, Alessandra Aparecida Paulino, conhecida como Tia Chica, finalmente poderá se despedir do filho, Jonathan Gilberto Paulino da Silva, com dignidade. O enterro está marcado para a próxima segunda-feira (dia 7), às 9h, no Cemitério Bom Jardim, no bairro Retiro, em Volta Redonda.
Jonathan desapareceu no dia 19 de dezembro de 2023 e, poucos dias depois, em 23 de dezembro, um corpo foi encontrado em Barra do Piraí. Mesmo com o reconhecimento informal feito por sua mãe, o processo de identificação oficial se arrastou por mais de um ano, marcado por idas e vindas ao Instituto Médico Legal, demora nos exames de DNA e burocracias judiciais.
“Sou muito grata a Deus, às pessoas que abriram os corações e as portas para que chegasse a reparação da dignidade de meu filho. Jonathan é gente, não um indigente”, declarou Tia Chica ao anunciar a data do sepultamento.
A batalha pela identificação do corpo contou com apoio de coletivos ligados aos direitos humanos, do Movimento Ética na Política – MEP, do Núcleo de Prática Jurídica da UFF (NPJ-UFF), de outras mães enlutadas e até de figuras religiosas como o padre Juarez, que fez apelos públicos por mais celeridade nos trâmites.
A mobilização resultou na liberação do laudo do DNA apenas em outubro de 2024 e, meses depois, em junho deste ano, na emissão da certidão de óbito e autorização judicial para exumação e sepultamento do corpo.
“Foi uma batalha muito grande, mas a grande união fez com que tivéssemos esse resultado em tempo recorde, embora os casos de minhas amigas Lucimar e Maria Aparecida tenham demorado ainda mais”, lembrou a mãe, reforçando o convite para o momento de oração e despedida do filho.
O caso de Jonathan representa o drama de diversas famílias que enfrentam o abandono institucional e lutam para garantir um direito básico: o de enterrar seus entes queridos com dignidade.
Foto: Arquivo pessoal