A Justiça determinou a apreensão de todos os animais encontrados na casa de Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, investigado por mutilar um cavalo com golpes de facão em Bananal (SP). Conforme divulgado inicialmente pela Gazeta de Bananal, a diligência, realizada pela Polícia Militar Ambiental no início da tarde desta sexta-feira (dia 22), atende a um pedido do Fórum Nacional de Defesa e Proteção Animal.
O mandado judicial, expedido pela juíza responsável pelo caso, previa sigilo até a efetivação da medida, com o objetivo de garantir a eficácia da ação. Além da apreensão, o Fórum solicitou também o pagamento de R$ 20 mil em indenização por dano moral coletivo, em razão da repercussão e do impacto social do crime de crueldade contra o animal.
Apesar de ter confessado a agressão, Andrey ainda não foi preso e continua sendo investigado em inquérito conduzido pela Polícia Civil. O caso provocou forte comoção em Bananal e repercutiu em todo o país, mobilizando entidades de defesa dos animais, moradores da região e até celebridades que cobraram punição exemplar.
Relembre o caso
No último dia 16, durante uma cavalgada de 14 km, um cavalo exausto parou e caiu ao solo. O tutor reagiu de forma brutal, tirou um facão da cintura e decepou as patas do animal, que não resistiu e morreu no local. Antes do ato, ele chegou a alertar um colega que o acompanhava: “Se você tem coração, melhor não olhar”.
As imagens do crime circularam rapidamente nas redes sociais, gerando revolta e manifestações em todo o país. Personalidades como Ana Castela, Luísa Mell e Paolla Oliveira se uniram a milhares de pessoas em cobranças por justiça e penas mais severas para casos de maus-tratos.
Em depoimento, Andrey confessou o ato, mas alegou que o cavalo já estava morto quando as patas foram decepadas. Ele afirmou ter ingerido álcool antes da ação e justificou que a decisão teria sido motivada pela dificuldade de remover o corpo do animal de uma ribanceira próxima. Após prestar esclarecimentos, foi liberado.
Pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), práticas de abuso, ferimento ou mutilação de animais estão sujeitas a até um ano de prisão.
Repercussão
O prefeito de Bananal, William Landim (Republicanos), repudiou o crime e destacou que a Prefeitura encaminhou as imagens às autoridades assim que recebeu a denúncia. Ele também criticou a falta de atualização da legislação. Já a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que a Polícia Civil segue investigando o caso.
Foto: Reprodução/Gazeta de Bananal