Sem previsão: Estudantes da rede pública de Volta Redonda seguem sem uniformes

Agosto chega ao fim e o ano letivo entra em sua reta final, mas milhares de alunos da rede municipal de ensino de Volta Redonda continuam sem receber os uniformes prometidos pela Prefeitura para 2025. A demora tem causado frustração em pais e responsáveis, que reclamam da falta de planejamento da administração.

Muitos estudantes frequentam as aulas com roupas antigas, já desgastadas ou fora do tamanho adequado. Alguns responsáveis relatam que tiveram de tirar do bolso para comprar novas peças.

“Comprei uniforme para meu filho porque o do ano passado não servia mais. Esperei que a Prefeitura entregasse logo, mas a demora me fez gastar um dinheiro que não precisava”, contou a mãe de um aluno da Escola Municipal Professor Wladir de Souza Telles, no bairro Vila Rica.

Prefeitura transfere a responsabilidade

Em entrevista a uma rádio local, na manhã de quinta-feira (dia 21), o prefeito Neto (PP) reconheceu o atraso, mas transferiu a culpa para as empresas contratadas.

“Lamentavelmente, você faz a licitação, espera que o material chegue no prazo, mas não chega. Então, cancela e chama o segundo colocado, depois o terceiro. Vai chegar. Eles começam a entregar aos poucos, mas não adianta. Os tênis estão aí. Não é apenas um fornecedor que ganha, são vários”, disse o prefeito.

Os problemas, no entanto, começaram antes mesmo da entrega. A secretaria municipal de Educação demorou para concluir a licitação. Até 10 de março, a pasta ainda avaliava as amostras dos itens, o que atrasou todo o cronograma. O contrato do pregão eletrônico nº 90.114/2024, no valor de R$ 5,5 milhões, só foi homologado em 20 de março.

Cinco empresas foram contratadas: Megabor Indústria e Comércio de Equipamentos e Vestuário (R$ 1,8 milhão), NS Karydi Indústria e Comércio (R$ 1,3 milhão), Betbi Indústria de Confecções e Brindes (R$ 679,7 mil), Macini Indústria e Comércio de Calçados e Exportação (R$ 1,4 milhão) e Promix Comercial (R$ 219,7 mil).

Mesmo com o investimento milionário, a Prefeitura não apresenta uma previsão oficial para o início da entrega dos kits.

Tribunal de Contas na mira

A licitação também enfrentou questionamentos no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Empresas participantes apontaram falhas como a ausência de pesquisa de preços, prazos curtos para entrega de amostras e falta de clareza nos critérios técnicos. Houve ainda denúncia de inconsistências nos tamanhos dos uniformes e da não exigência de laudos do Inmetro.

As críticas levaram a conselheira substituta Andrea Siqueira Martins a suspender temporariamente o pregão, até que a Prefeitura prestasse esclarecimentos. Após a resposta do município, o processo foi retomado.

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