A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira a Operação Blasfêmia, em Niterói, contra uma quadrilha que inventou um “call center da fé”. O grupo se passava por pastor e cobrava fiéis para fazer orações com promessa de cura e milagres.
O esquema funcionava como telemarketing: dezenas de atendentes, contratados por anúncios na internet, usavam áudios gravados do suposto líder religioso. A tabela de preços variava de R$ 20 a R$ 1,5 mil, dependendo do “tipo de oração”. Quem não batia a meta semanal, era demitido — como em qualquer empresa, só que aqui o “produto” eram bênçãos pagas via Pix.
De acordo com a investigação, em dois anos, os criminosos movimentaram mais de R$ 3 milhões em contas de laranjas espalhadas pelo país. Na primeira fase da operação, o pastor e outros 22 integrantes foram denunciados, e parte dos bens bloqueados pela Justiça.
Cobrar por bençãos e milagres não é crime. Pagar para receber bençãos e milagres é crime.