A prefeitura de Volta Redonda só decidiu intensificar as fiscalizações em bares, restaurantes, boates e depósitos de bebidas após dias de silêncio diante da crescente preocupação com os casos de intoxicação por metanol registrados no país. A ação da Vigilância Sanitária ocorreu somente depois de a Folha do Aço questionar a secretaria municipal de Comunicação (Secom) sobre as medidas adotadas. Como de costume, a pasta não respondeu diretamente, mas o episódio reforça o papel do jornalismo em cobrar providências e provocar reações.
No release distribuído à imprensa nesta sexta-feira (dia 3), a Secom informou apenas que, na quinta-feira (dia 2), fiscais percorreram 18 estabelecimentos – entre depósitos de bebidas, bares e minimercados – e inutilizaram 102 litros de aguardente clandestina, sem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária. A secretaria, no entanto, não apresentou dados consolidados sobre a abrangência total da operação.
O coordenador da Vigilância Sanitária, Carlos Amaro Chicarino de Carvalho, afirmou que as inspeções continuarão até que o risco seja considerado controlado.
“Até o momento, as suspeitas de adulteração recaem sobre bebidas destiladas, como gin, vodka e whisky. Entretanto, especialistas alertam que o bicombustível (metanol) pode ser usado também para falsificar cerveja e vinho”, destacou.
Além da operação, a Vigilância divulgou uma lista de recomendações para consumidores e comerciantes. Entre os principais sinais de risco estão preços muito abaixo do mercado, rótulos com erros de ortografia ou mal impressos, lacres tortos e ausência do selo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Aos comerciantes, a orientação é reforçar a checagem da procedência das bebidas, exigir nota fiscal de fornecedores, interromper a venda de produtos suspeitos e preservar embalagens e rótulos como evidências.
Em caso de dúvidas ou denúncias, o telefone de contato da Vigilância Sanitária é (24) 3512-9691.
Foto: Divulgação/Secom-VR