Uma cena de forte constrangimento marcou a reunião entre o prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto (PP), e um grupo de vereadores, na manhã desta quarta-feira (dia 8), no Palácio 17 de Julho, sede do governo municipal. O encontro, que deveria tratar da pauta dos médicos da Atenção Básica do município, acabou dominado por um bate-boca acalorado entre o prefeito e a vereadora Gisele Klinger (PSB).
Os profissionais da rede municipal apresentaram uma proposta para evitar o corte de 25% na remuneração dos 87 médicos que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de Saúde da Família (UBSF), medida proposta pela Prefeitura e que vem gerando forte reação da categoria.
Antes da reunião, Gisele havia publicado em suas redes sociais que a Câmara buscava um diálogo para resolver a questão salarial, ressaltando o impacto sobre a população e a necessidade de alternativas de economia sem prejudicar a assistência médica. “A população não pode ser prejudicada… vamos torcer para dar certo, para que a população não sofra e não pague essa conta”, escreveu a parlamentar.
Durante o encontro, porém, o clima mudou. Em vídeos que circulam nas redes sociais, Neto aparece elevando o tom de voz e ofendendo verbalmente a vereadora, em meio a uma troca de acusações sobre declarações anteriores. “Você sabe que não é funcionário. E você fala essa mentira pra todo mundo aqui. Você tá falando mentira. Você falou que são funcionários. Não são funcionários, não”, disse Neto, já em tom alterado.
“Não, o senhor me respeita”, respondeu Gisele. “Você me respeita! Fala mentira, não! Fala mentira! Não são funcionários! Não são funcionários! Não são funcionários!”, insistiu o prefeito, visivelmente irritado.
Gisele então retrucou: “Infelizmente, o senhor é um imperador que manda na cidade…”. Ao que Neto reagiu, encerrando o diálogo de forma agressiva: “Vai plantar batata! Vai embora, porra! Eu não sou funcionário!”
A discussão, acompanhada por outros vereadores, encerrou de forma tensa a reunião que tinha como objetivo discutir alternativas para evitar o corte salarial. Ao lado de Neto, na mesa principal, estava a vereadora Carla Duarte (PSD), que aparece rindo no momento do confronto, segundo mostram vídeos amplamente divulgados nas redes sociais.
A postura de Carla gerou forte repercussão negativa e críticas de internautas, especialmente de mulheres que cobraram coerência com o discurso de representatividade feminina que marcou sua campanha. Uma das mensagens mais compartilhadas afirmava: “A vereadora Carla rindoooooo!!! Inadmissível!!! Uma mulher que durante toda a campanha falou sobre representatividade feminina. Sororidade é só quando lhe convém? Nossa luta é por todas. O fim da violência contra nós, mulheres, não é piada! @gisele_klinger, estou muito triste pelo que houve, mas muito orgulhosa com a forma que se posicionou.”
A cena foi classificada por internautas como “patética” e “lamentável”, reacendendo o debate sobre respeito, misoginia e violência política de gênero.
Até o momento da publicação desta reportagem, nem a prefeitura de Volta Redonda nem a Câmara Municipal haviam se pronunciado oficialmente sobre o episódio.
O caso ocorre em meio à crise aberta pela decisão da Prefeitura de reduzir em 25% a remuneração dos médicos da rede básica, medida que, segundo os profissionais, pode afetar diretamente o atendimento nas unidades de saúde do município.
É lamentável q cenas como essa ainda ocorra com tanta agressividade, ainda mais com uma mulher, vereadora no exercício da sua função q estava em defesa de uma classe q tem uma grande importância na saúde de uma população,não só a nossa parlamentar foi desrespeitada como toda a câmara de vereadores , os seus eleitores, a população e todos os profissionais de saúde a qual estava em Defesa,diante deste fato espero uma atitude,uma resposta dos nossos vereadores de toda