Durante entrevista na manhã de quinta-feira (dia 9), o prefeito de Volta Redonda, Neto (PP), revelou que o governo do Estado do Rio de Janeiro está em atraso com repasses de recursos destinados a importantes áreas da administração municipal. Apesar da cobrança velada, o chefe do Palácio 17 de Julho fez questão de reiterar a “gratidão” ao governador Cláudio Castro (PP), com quem mantém estreita aliança política.
Segundo Neto, os valores pendentes somam milhões de reais. “O término daquela obra do Hospital São João Batista falta o Estado me repassar R$ 5,1 milhões”, afirmou o prefeito, ao citar também outras frentes de investimento com repasses em atraso.
“O Batalhão de Cães, que dá em torno de R$ 7 milhões, o Estado não me repassou o dinheiro, que é um Batalhão regional. O Hospital da Criança também não está com dinheiro. São situações que nós temos que buscar soluções. Eu estou buscando”, completou.
Mesmo diante das dificuldades financeiras, Neto manteve o discurso de reconhecimento ao governador. “Nós estamos com muitos recursos que são parcerias com o governo do Estado. Muitos eles repassaram, você vê essas obras dos viadutos, de pavimentação, é uma parceria com o governo do Estado. Mas têm muitas que, infelizmente, os recursos não vieram ou vieram em parte, e agora eles estão com dificuldade de complementar.”
O prefeito, que tem feito questão de enaltecer a proximidade com o Palácio Guanabara em diversas oportunidades públicas, voltou a destacar a importância de Cláudio Castro e do deputado federal Luizinho (PP-RJ) para Volta Redonda.
“Eu tenho que agradecer muito ao governador Cláudio Castro por essa parceria constante com a gente. Eu nunca tive um governador que ajudou tanto o município de Volta Redonda como o Cláudio Castro. A ele, mais uma vez, eu quero registrar o meu agradecimento. Assim como, todas as vezes que posso, faço questão de destacar a ajuda do doutor Luizinho, da importância que é esse cara para a população de Volta Redonda. Eu sou muito grato a esses dois”, declarou.
As declarações de Neto acontecem em um momento de forte dependência financeira dos municípios fluminenses em relação ao governo estadual, especialmente após a desaceleração de repasses de convênios e emendas que vinham sendo liberados com maior regularidade em anos anteriores.
Atualmente, o município de Volta Redonda encontra-se em estado de calamidade financeira na Saúde, medida decretada em meio à crise de recursos para custeio e manutenção da rede municipal. O decreto tem validade até o fim deste mês, e a Prefeitura pretende prorrogar o prazo, o que dependerá de um novo aporte do governo do Estado estimado em cerca de R$ 40 milhões para equilibrar as contas do setor.