A Polícia Civil de Piraí concluiu o inquérito que investigou o homicídio do advogado João Carlos Barros, de 61 anos, morto a facadas, e a tentativa de matar a secretária do escritório, de 43 anos, pelo cliente Carlos Eduardo Reis, de 58 anos. O caso ocorreu no dia 28 de outubro de 2025, dentro de um escritório de advocacia, no centro da Cidade. A investigação apontou que o cliente estava alterado e com raiva do advogado devido a um impasse relacionado ao pagamento de uma causa ganha na Justiça e que o policial militar atuou em legítima defesa ao efetuar os disparos contra o agressor.
“Esse caso foi conduzido com o máximo cuidado desde o primeiro minuto. Solicitamos imagens, realizamos perícia de local, laudos cadavéricos, perícia da arma utilizada pelo policial e ouvimos todas as testemunhas necessárias para a elucidação completa dos fatos”, explicou o delegado Antonio Furtado, titular da 94ª DP de Piraí.
Ainda, segundo as investigações, o cliente exigia que os R$63mil recebidos em uma ação judicial fossem depositados diretamente na conta profissional do advogado João Carlos, pois temia que o valor, se entrasse em sua própria conta, fosse bloqueado para o pagamento de uma dívida de R$130mil com a ex-esposa, originada após o carlos Eduardo incendiar, em 2012, o imóvel onde ambos moravam.
“O advogado se recusou a receber o dinheiro pela própria conta, pois essa conduta caracterizaria o crime de fraude contra credores. Ainda assim, o cliente insistiu de forma agressiva e passou a demonstrar comportamento fora da normalidade, como confirmaram as testemunhas. Também descobrimos que, na véspera do crime, Carlos Eduardo procurou um novo advogado para substituir João Carlos no processo. Ao receber negativa, afirmou que “mataria o Dr. João e que mais dois iriam para o saco”, indicando intenção de cometer três homicídios”, acrescentou o delegado Antonio Furtado.
O inquérito, encaminhado ao Ministério Público com relatório final para arquivamento, também apontou não ter sido possível identificar com certeza quem seriam as outras duas potenciais vítimas citadas pelo agressor na véspera do crime. No entanto, ficou comprovado que ele apresentava comportamento completamente descontrolado e compatível com um quadro psiquiátrico severo.
“A dinâmica ficou totalmente esclarecida. O esfaqueador agiu sozinho, motivado por um transtorno grave e uma ideia fixa de vingança. Quando atacou a secretária, o policial militar agiu de forma absolutamente necessária. Se não tivesse neutralizado o agressor naquele momento, ela certamente morreria. A atuação do PM foi legítima defesa de terceiro, e ele não responderá por crime algum”, ressaltou o delegado Antonio Furtado.
Foto: Divulgação











































