Um dia após o afastamento do prefeito Rodrigo Drable (DEM) pela Justiça, assim como do presidente da Câmara, Paulo Chuchu (Solidariedade) e Zélio Show (PRTB), a bancada do Cidadania, composta por quatro parlamentares, entrou com pedidos para serem analisados pelo Legislativo e pela Justiça. Em um deles, o partido pede o cancelamento da sessão que aprovou as contas do chefe do Executivo, mesmo com parecer prévio do TCE, no dia 12 de maio.

A denúncia foi iniciada pelo vereador Gilmar Lelis (PRTB), que registrou em vídeo uma tentativa de suborno de R$ 30 mil por seu apoio na aprovação das contas e mais outra ajuda na campanha de reeleição.

Por meio do vice-presidente do diretório municipal, Claudio Marques Laureano, o Cidadania também deu entrada no pedido de cassação de Rodrigo Drable. A solicitação foi feita para que nenhum vereador precise se ausentar da sessão para o suplente votar em seu lugar. 

Segundo o presidente do Cidadania em Barra Mansa, vereador Thiago Valério, é no mínimo coerente pedir para essa sessão ser cancelada, já que a investigação do Ministério Público, que resultou na operação de terça-feira (dia 14) na cidade, com o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão, além do afastamento dos envolvidos de seus cargos, foi relativa a tentativa de compra de votos de votos.

“Além disso, solicitamos, os quatro vereadores, via Justiça, o pedido de cancelamento da sessão, através de um mandado de segurança”, disse. Os demais vereadores que deram entrada no pedido foram: Gilmar Lelis, Mauro Sabino e Marcell Castro.

E não só esse pedido que a Câmara de Barra Mansa precisará analisar. O Cidadania pede ainda o cumprimento do Regimento Interno da Casa para a realização de sessões já marcadas. Nesta semana elas aconteceriam nesta quarta, quinta e sexta-feira, mas foram canceladas em virtude da operação envolvendo também os outros parlamentares.

“Diante desse momento em que vivemos, a cidade não pode ter suas sessões suspensas, não podemos parar nosso trabalho. Até porque a Professora Fátima precisa tomar posse, como também prevê o regimento”, disse Marcell Castro.

O vereador Mauro Sabino lembrou também que o pedido visando a criação de uma Comissão Processante para a cassação de Rodrigo Drable já foi apresentado. “Como o prefeito já está afastado pela Justiça, apenas um pedido de impeachment já poderia ser analisado, mas também queremos abrir uma comissão processante para investigar os fatos. É nossa obrigação legislar e fiscalizar”, argumenta Sabino.

Gilmar Lelis, autor da denúncia no Ministério Público, falou sobre a afirmação do prefeito afastado de que ele seria alvo de um grupo de oposição que há algum tempo o ameaça e faz críticas vazias tentando comprometer sua imagem. Argumento vazio, em sua opinião, diante de todas as provas apresentadas.

De acordo com ele, é uma afirmação muito séria e precisa ser esclarecida. Além disso, existem vídeos que embasaram também a investigação.  “O que faço há muito tempo é fiscalizar o Executivo. Não iria me corromper como queriam e tinha que fazer a coisa certa e denunciar às autoridades competentes. Aí, o que aconteceu depois foi uma investigação policial que não tive mais alçada. Chegou uma nova era, não dá para imaginar que pode oferecer dinheiro para uma pessoa e sair ileso disso porque é ilegal”, falou o vereador.

Thiago Valério lembrou que o grupo de oposição não tem gerência no Ministério Público e nem na Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (Ciaf). “A ação do Gilmar na polícia não foi política, foi controlada, porque o único papel dele foi denunciar ao MP e o que aconteceu depois foi fruto de uma investigação de dois meses. A polícia sabia que o vídeo ia ser feito”, pontuou.

Foto: Divulgação

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