A direção do Hospital São João Batista emitiu uma nota desmentindo “a informação falsa sobre um grande surto de infecção de meningite na unidade”. Segundo o comunicado, “essa fake news está sendo espalhada por meio de mensagens encaminhadas nas redes sociais e aplicativos de conversa”. Todas as suspeitas e casos estão sendo monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável por comunicar à população sobre os índices de saúde pública.

A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causada principalmente por bactérias ou vírus. Mais raramente, pode ser provocada por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose. Embora pessoas de qualquer idade possam contrair meningite, as crianças menores de 5 anos são mais atingidas.
Volta Redonda teve 26 casos confirmados de meningite no ano de 2023, de acordo com os números fornecidos ao Ministério da Saúde pela secretaria municipal de Saúde. O levantamento referente a 2024 não consta no portal DataSUS. No comunicado de quinta-feira, a direção do HSJB solicitou à população “que verifique informações apenas por meio dos canais oficiais da Prefeitura de Volta Redonda, a fim de evitar a propagação de boatos que possam causar alarme e desinformação”.

Transmissão e sintomas
A transmissão da meningite geralmente ocorre de pessoa para pessoa, “através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta”. Também pode ocorrer transmissão “através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes”.
Os sintomas variam conforme o tipo de meningite:

  • Meningite bacteriana: apresenta sintomas graves como “febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo”, indicando infecção disseminada.
  • Meningite viral: tende a ser mais leve, com sintomas semelhantes aos de gripes e resfriados, como “febre, dor de cabeça, rigidez da nuca, falta de apetite e irritação”, principalmente em crianças.
  • É essencial seguir orientações médicas e buscar informações confiáveis sobre medidas preventivas e tratamento da doença, evitando a propagação de “informações não verificadas que possam causar pânico na comunidade”.

Nos bebês pode-se também observar:

  • moleira tensa ou elevada;
  • gemido quando tocado;
  • inquietação com choro agudo;
  • rigidez corporal com movimentos involuntários, ou corpo “mole”, largado.

Tratamento
Após a avaliação médica e a realização de exames, o tratamento será indicado de acordo com o agente causador da infecção. Não há tratamento específico para a meningite viral e, como acontece com outras viroses, se resolve sozinha, podendo ser utilizados medicamentos que tratem apenas dos sintomas, como dor e febre.
Meningites bacterianas são mais graves e devem ser tratadas imediatamente, em ambiente hospitalar.

Prevenção
As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. O Programa Nacional de Imunização disponibiliza as seguintes vacinas no Calendário de Vacinação da Criança:

  • Vacina meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C;
  • Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;
  • Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.

Observações aos pais e responsáveis

  • estejam atentos aos sinais e sintomas, principalmente em crianças menores de 5 anos;
  • procurem imediatamente um médico para um diagnóstico seguro e tratamento eficiente;
  • se a criança tiver febre alta, não o mande para a escola. Procure um médico para saber o motivo da febre;
  • avisem a escola se a criança estiver com meningite confirmada;
  • após a alta do paciente não existe mais perigo de contaminação, portanto essas crianças não precisam ser evitadas ou discriminadas, voltando normalmente a frequentar a escola;
  • não há necessidade de fechar escolas ou creches quando ocorre um caso de meningite entre os alunos, professores ou funcionários da escola, pois o meningococo (em caso de meningite meningocócica) não sobrevive no ar ou nos objetos;
  • a limpeza e a higiene devem ser as habituais. Não há necessidade de inutilizar ou desinfetar objetos de uso pessoal do doente.

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