Na manhã de quinta-feira (24), uma cena recorrente em acidentes envolvendo tombamento de cargas na Serra das Araras voltou a se repetir: a aglomeração de pessoas buscando produtos da carreta acidentada. Mesmo diante do cenário de destruição e dos esforços de resgate, algumas pessoas se arriscam para tentar obter vantagem pessoal, uma prática que é considerada crime.

O saque de cargas é tipificado como furto, conforme o Código Penal. Aqueles que compram ou revendem os produtos furtados também cometem um crime, o de receptação.

O que diz a Lei

– Proteção ao patrimônio: O Direito Penal protege a posse de bens. A apropriação de algo que não pertence ao indivíduo é crime, conforme o art. 169 do Código Penal, com pena que varia de um mês a um ano de prisão.

– Propriedade da carga: Mesmo que a carga não esteja segurada, ela ainda pertence a alguém. Se houver seguro e a seguradora optar por ressarcir o prejuízo, a decisão sobre o destino da mercadoria cabe à empresa. Até que uma decisão seja tomada e a doação seja autorizada, qualquer tentativa de apropriação configura furto.

Engarrafamentos na Via Dutra: Acidente interdita pista e motoristas sofrem com compromissos perdidos 

Durante toda a quinta-feira (dia 24), motoristas que trafegavam pela Rodovia Presidente Dutra, no trecho do Sul do Estado, enfrentaram engarrafamentos quilométricos devido a um acidente que interditou a pista de descida da Serra das Araras, em Piraí. O incidente ocorreu no km 229, quando uma carreta que transportava sofás tombou, bloqueando completamente a via. Felizmente, não houve feridos.

A pista permaneceu fechada durante toda a manhã e o início da tarde, resultando em longos períodos de espera para os motoristas. A CCR RioSP, concessionária que administra a rodovia, implementou um sistema de mão dupla na pista de subida (sentido São Paulo) para tentar aliviar o tráfego. Por volta das 15h30min, as duas faixas da pista de descida foram reabertas, mas a mão dupla na pista de subida permaneceu em vigor.

Por volta das 16h, a situação ainda era crítica: motoristas que seguiam em direção ao Rio de Janeiro enfrentavam 24 km de congestionamento, enquanto no sentido São Paulo, o engarrafamento chegava a 12 km.

Vários motoristas e passageiros relataram os transtornos causados pelo acidente. Marli Nogueira, que seguia para uma reunião de trabalho no Rio de Janeiro, desabafou: “Perdi a reunião que tanto esperava. Estava a caminho e, por causa desse engarrafamento, vou ter que remarcar tudo. É muito frustrante!”.

Outro passageiro, Carlos Mendes, estava indo buscar o filho no aeroporto. “Eu sabia que a Dutra poderia estar cheia, mas nunca imaginei que ficaria assim. Perdi a hora de pegar meu filho e agora vou ter que me explicar para ele. Isso é inaceitável”, lamentou.

Além dos compromissos perdidos, muitos motoristas expressaram a insatisfação com a situação recorrente na rodovia. Ana Paula, que viajava com a família, afirmou: “É sempre a mesma história. Estamos acostumados a enfrentar engarrafamentos, mas quando acontece um acidente, a situação fica insustentável. Precisamos de mais segurança nas estradas”.

A CCR RioSP informou que a equipe de atendimento permaneceu mobilizada durante todo o incidente e que os trabalhos de remoção da carreta tombada foram concluídos com sucesso. Contudo, a concessionária alerta que, mesmo com a reabertura da pista de descida, o tráfego ainda pode levar algum tempo para normalizar, especialmente devido ao acúmulo de veículos.

Foto: PRF

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