A nova modelagem de concessão da BR-393, conhecida como Rodovia do Aço, foi tema de reunião na sexta-feira (dia 7), em Volta Redonda. O encontro é uma iniciativa conjunta da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) Sul Fluminense e da prefeitura de Volta Redonda, reunindo lideranças regionais e representantes de municípios do Sul e Centro-Sul Fluminense.
A pauta incluiu a apresentação do novo modelo de concessão, os impactos previstos para a região e a necessidade de contratação emergencial de serviços básicos de manutenção, como guincho, ambulância e operação das balanças, após a caducidade do contrato anterior, ocorrida em junho deste ano.
O presidente da Firjan no Sul Fluminense, Henrique Nora; o diretor de Relações Institucionais da entidade e ex-ministro das Cidades, Márcio Fortes; e o gerente de Infraestrutura, Isac Ouverney, receberam os prefeitos de Volta Redonda, Antonio Francisco Neto; de Resende, Tande Vieira; de Barra do Piraí, Kátia Miki; de Paraíba do Sul, Júlio Canelinha; e os vice-prefeitos de Piraí, Alexsandro Sena Silva; de Valença, Ailton Geraldo Batista da Silva; do deputado estadual Munir Neto; além de representantes dos municípios de Barra Mansa e Pinheiral e de entidades ligadas à indústria e ao comércio da região.
Henrique Nora abriu o encontro agradecendo o prefeito Neto pelo apoio às causas da indústria e comércio, reconhecendo a liderança dele na região. “Estamos reunidos aqui em Volta Redonda para traçar estratégias para buscar soluções para a BR-393. É urgente a contratação de serviço de manutenção da estrada, e precisamos atuar na modulação do novo modelo de concessão para esse trecho da rodovia”, disse, reforçando a necessidade de criar propostas conjuntas para apresentar as demandas para o governo federal.
O presidente da ADL, Péricles Aguiar, fez uma exposição do cenário atual e uma retrospectiva da concessão de 2008 até julho de 2025, além da proposta do governo para a nova concessão. “Além das administrações anteriores não terem cumprido o previsto em contrato em relação a investimentos, como ampliação da capacidade da rodovia com a duplicação de pistas, a proposta para nova concessão ainda diminui esses compromissos”, falou, lembrando que o trecho da BR-393, de aproximadamente 200 quilômetros, entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, vai de Além Paraíba (MG) até o entroncamento com a BR-116 (Via Dutra), em Volta Redonda (RJ).
O prefeito Neto ressaltou a importância da união de forças para que a nova concessão prepare a BR-393 para os próximos 30 anos, com todos os investimentos necessários para uma rodovia que faz a ligação do Norte com o Sul do país, além de ser rota para escoamento de produção, circuito turístico e polo industrial e de educação.
“Como prefeito de Volta Redonda tenho feito algumas ações por conta própria. Construí o trevo de acesso ao bairro Santo Agostinho, e está em projeto outro para atender os bairros Dom Bosco e São Luiz. Além disso, iniciei na última semana um trabalho de manutenção no perímetro urbano da BR-393”, disse Neto, acrescentando que conta com o prefeito de Piraí, Luiz Fernando Pezão, para articular com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para que ele receba uma comissão de representantes dos municípios da região cortados pela rodovia para conhecer suas demandas.
O diretor de Relações Institucionais da Firjan, o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes, também firmou para a próxima semana uma agenda com Renan Filho. “Vou levar ao ministro um compilado de propostas para uma conversa inicial em Brasília”, afirmou.
Outra agenda para tentar solucionar os problemas da BR-393 surgiu do prefeito de Resende, Tande Vieira. “Apesar de Resende não ser cortada pela rodovia, reconheço a importância dela para toda região. Por isso, entrei em contado com o superintendente Regional do Dnit no Rio de Janeiro, Robson Carlindo Santana Paes Loures e consegui uma agenda para receber representantes dos municípios e uma equipe técnica para avaliar as ações emergenciais previstas pelo órgão”, contou.
Jari cobra medidas urgentes
Na última terça-feira (dia 4), o deputado estadual Jari Oliveira (PSB) se reuniu com o superintendente estadual do DNIT, Robson Loures, no Rio de Janeiro, para tratar de melhorias nas rodovias federais do Sul Fluminense, incluindo a BR-393 e a Rodovia do Contorno, em Volta Redonda.
“Vidas não têm preço. Estivemos no DNIT para apresentar demandas do Sul Fluminense. Precisamos garantir que os moradores que transitam por essas rodovias tenham segurança. Estamos cobrando obras de recuperação, melhorias na sinalização e intervenções que reduzam acidentes”, afirmou Jari.
O parlamentar destacou a urgência de medidas emergenciais na BR-393, especialmente no trecho que corta o Sul Fluminense, sem socorro médico, socorro mecânico e manutenção preventiva, colocando em risco motoristas e moradores. Ele solicitou ainda um estudo técnico e intervenções nas proximidades dos bairros Assunção e 9 de Abril, em Barra Mansa, onde têm ocorrido constantes acidentes.
Na Rodovia do Contorno, em Volta Redonda, Jari pediu novas intervenções após ações realizadas entre o final de 2022 e início de 2023, que reduziram acidentes. Ele também solicitou avaliação da base e sub-base da rodovia para garantir pavimentação dentro dos padrões de uma estrada federal de grande circulação.
Caducidade da K-Infra
O Governo Federal encerrou, em 10 de junho, a concessão da K-Infra na BR-393, rodovia estratégica para logística e escoamento de produção em Volta Redonda, Três Rios e outros municípios do interior do Rio de Janeiro. O trecho será administrado temporariamente pelo DNIT até a realização de um novo leilão.
A K-Infra, responsável pela rodovia desde 2018, foi obrigada a desocupar praças de pedágio, bases operacionais e unidades de atendimento. Segundo o Ministério dos Transportes e a ANTT, a caducidade ocorreu após descumprimentos contratuais, falhas estruturais, atrasos em obras e deficiência na manutenção da rodovia.
A concessionária argumentou que a maioria das falhas apontadas ocorreu entre 2014 e 2018 e apresentou, em 2023, um plano de modernização de R$ 1,6 bilhão, que não foi aceito pelo governo federal por não atender aos critérios técnicos vigentes e às normas da Portaria nº 848/2023 e do TCU.












































