A alteração na operadora que administra o plano de saúde da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) não foi bem recebida por trabalhadores da empresa e agora virou disputa judicial. O Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda (Senge-VR) ajuizou uma ação contestando a mudança do Bradesco Saúde para o a Liv ICC, a partir de 1º de setembro.

O Senge entende que, ao negociar o Acordo Coletivo para o pagamento do Programa de Participação de Resultados (PPR). a cláusula do plano de saúde seria mantida para 2020/2021, conforme nos anos anteriores. No entanto, de acordo com os Engenheiros, a CSN alterou este ponto.

“A proposta foi levada à assembleia e aprovada. Ocorre que a CSN, sob a justificativa da necessidade de rápida assinatura do Senge para garantir o pagamento de parcela do abono, trouxe o documento em mãos e ficou aguardando a assinatura. O Senge assinou, fazendo imediatamente um ofício à CSN considerando que, devido a urgência solicitada pela CSN, se resguardava a discutir qualquer alteração entre o ACT e a proposta levada à assembleia”, explica o presidente do Sindicato, Fernando Jogaib.

O trecho aprovado em votação diz que: “A CSN continuará mantendo, a favor de seus empregados e seus dependentes, plano de assistência médica e hospitalar, com a participação dos beneficiários no custeio (Fator Moderador), observadas as características gerais do atual plano para os empregados e dependentes”.

Já o acordo enviado pela gerência de Recursos Humanos do grupo presidido pelo empresário Benjamin Steinbruch suprimiu o trecho que diz que serão mantidas as características do atual plano, no caso, o Bradesco Saúde. “A diretoria do Senge já recorreu à Justiça do Trabalho, no sentido de exigir da CSN o cumprimento da sua proposta para o Acordo Coletivo, mantendo o atendimento à saúde de seus funcionários com as mesmas características e abrangência previstas nos acordos anteriores”, afirma Jogaib.

O sindicalista assegura que sua apreensão está relacionada aos atendimentos médicos disponibilizado a partir do mês de setembro para a categoria e seus dependentes. “Logo após o acordo assinado, a CSN soltou a bomba da troca de operadora de plano de saúde, tirando o Bradesco e colocando a LIV ICC, uma pequena operadora do Ceará. Segundo as informações da sala de situação da ANS [Agência Nacional de Saúde Suplmentar], de maio/2020, a empresa tem atuação restrita ao Ceará e Rio Grande do Norte, com aproximadamente 30 mil vidas”, pontua.

TRT

Na ação movida pelo departamento jurídico no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Sengue solicita que a CSN cumpra a proposta do acordo coletivo, mantendo o atendimento à saúde de seus funcionários com as mesmas características e abrangência previstas nos acordos anteriores.”Nossa expectativa é que o bom senso prevaleça e que os trabalhadores, aposentados, seus dependentes e a cidade de Volta Redonda não venham a sofrer prejuízos irreversíveis devido a decisões extemporâneas e distantes da boa prática das relações humanas entre capital e trabalho”, finaliza nota enviada pelo sindicato. Procurada sobre o processo, a CSN informou que não irá se pronunciar.

LIV Saúde

Anunciada no dia 2 de julho como novo plano de saúde fornecido pela CSN, a LIV Saúde pertence ao grupo ICC, holding que desde junho administra o Hospital Santa Cecília, em Volta Redonda. A operadora atua na gestão de planos de saúde, com atendimento integrado.O novo acordo também contempla a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda (AAP-VR).  Os sócios da entidade terão acesso pelo plano, por exemplo, a tratamento com psicólogos.

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