A Prefeitura de Volta Redonda, através da Secretaria Municipal de Saúde, promoveu na manhã desta segunda-feira (dia 8), o curso básico do processo de doação de órgãos e tecidos para transplante do Programa Estadual de Transplantes (PET), para os profissionais de saúde.

O curso, que acontece anualmente, foi ministrado pelo coordenador do Programa, Sidney Pacheco, e ocorreu no Auditório do UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda), anexo ao Hospital São João Batista (HSJB). Devido à pandemia da Covid-19, houve número reduzido de participantes, com apenas 25 pessoas, entre médicos e enfermeiros. Participaram profissionais do HSJB; Regional; Hinja e do Pronto Atendimento do Conforto.

O objetivo do curso foi atualizar os profissionais da área – transmitindo informações sobre a doação de órgãos e tecidos no Estado do Rio e manutenção dos potenciais doadores até a doação efetiva – e aumentar o número de notificações. O Hospital São João Batista é o segundo no Estado apto para a captação de órgãos e conta com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT), que acompanha todo o procedimento junto à família do doador.

O coordenador do CIHDOTT, o médico Jorge Manes Martins, explicou que qualquer pessoa deve manifestar à família o desejo de ser doador. “Nenhum documento deixado em vida possui valor legal para garantir a doação de órgãos de uma pessoa que faleceu. Por isso, é muito importante falar com a toda a família, principalmente com os familiares mais próximos, que você quer ser um doador de órgãos e tecidos”, disse. O médico explicou ainda que o processo de doação de órgãos ocorre em caso de morte encefálica – perda total e irreversível da função do encéfalo (cérebro e tronco encefálico) – órgão responsável pelo funcionamento do corpo humano.

“A morte encefálica é totalmente diferente do coma, quando o paciente ainda está vivo, mas não interage com as pessoas, enquanto o coma pode ser revertido, a morte encefálica é definitiva e é determinada após um protocolo, que prevê uma série de exames muito criteriosos, estabelecidos no Brasil, pelo Conselho Federal de Medicina. Nesse curso, os profissionais foram atualizados sobre os aspectos legais, éticos e técnicos do diagnóstico de morte encefálica, de avaliação e manutenção do potencial doador de órgãos e tecidos para transplantes, além de noções de acolhimento e de entrevista familiar”, comentou.

Após a autorização da família, as Centrais de Transplante de cada estado gerenciam uma lista única de receptores de cada órgão e os selecionam de acordo com critérios objetivos definidos pelo Ministério da Saúde. No Estado do Rio, os potenciais receptores são mantidos pelo PET (Programa Estadual de Transplantes) em um cadastro único, que concentra todas as pessoas que estão à espera de um órgão no Brasil.

O HSJB também conta com o Centro de Transplante de Córneas, o diretor médico do hospital, Flávio Augusto de Souza Reis, destacou que na pandemia houve diminuição no número de doadores, principalmente de córneas, e que o curso ajudará na captação de possíveis doadores.
“O curso visa esclarecer os profissionais de saúde a fundir a doação de órgãos e aumentar as notificações de possíveis doadores. Houve uma queda no número de doações de órgãos, nos últimos meses, e isso se deve à pandemia, mas também à falta de informação sobre a doação e captação. Muitos familiares pensam que a retirada da córnea vai deformar o corpo do paciente e isso não acontece. A cirurgia preserva a integridade física do corpo”, disse.

Daniela da Silva, enfermeira exclusiva da CIHDOTT, destacou a importância da doação de órgãos. Segundo a profissional, há centenas de pessoas aguardando na fila de transplantes. “O receptor de um órgão doado é sempre escolhido de acordo com critérios técnicos: compatibilidade; gravidade; porte físico; entre outros. Tudo isso é feito para que haja maior chance de sucesso do transplante”, falou.

O Programa Estadual de Transplantes (PET) foi lançado em abril de 2010 e é responsável pela aplicação do novo Regulamento Técnico elaborado pelo Ministério da Saúde, através do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) no Estado do Rio de Janeiro.

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