Operando na região Sul Fluminense há praticamente um ano (a sede própria foi inaugurada ao som de violinos no dia 3 de outubro do ano passado), a LIV Saúde ainda não superou a desconfiança de parte dos usuários do plano de saúde. Críticas sobre a demora no agendamento de exames e consultas são corriqueiras.

Um aposentado por invalidez, paciente esquizofrênico, por exemplo, aguarda há cerca de 20 dias úteis pelo retorno da autorização para a internação. Segundo relatos de familiares, o homem de 40 anos é dependente químico e necessita de tratamento em uma clínica particular de reabilitação.

“O médico fez a solicitação encaminhando para a clínica em Juiz de Fora com urgência, por ser a mais adequada para o tratamento. Há uma em Barra Mansa, mas ele já esteve em tratamento nessa clínica e precisa da internação involuntária na que o médico determinou”, explicou o responsável pelo paciente, que preferiu não se identificar.

A previsão da LIV para uma resposta era de 10 dias úteis, com início em 26 de agosto, mas a operadora do plano de saúde até quinta-feira (dia 23) não havia retorno à família.

“O caso é muito complicado, pois estamos conseguindo mantê-lo sob nossos cuidados, mas não sabemos o que pode acontecer. Ele pode entrar em surto e agredir uma pessoa e ficamos todos aflitos com a situação, pois já se passaram mais de 20 dias úteis. A operadora do plano disse que me ligou, mas não conseguiu falar comigo, só que eu já fiz diversas ligações para o atendimento e não tive resposta”, explicou o familiar.

O responsável pelo paciente relatou que um processo judicial que trata da internação foi ajuizado em 2015.

“Ele já precisou de outras internações e o Bradesco Saúde sempre cobriu, pois ele é aposentado por invalidez da CSN. Apenas uma vez, o Bradesco questionou e não autorizou a internação. Foi quando entramos com processo e a Justiça garantiu o direito do paciente ao acompanhamento na clínica de Barra Mansa. Com isso, já existe um processo que trata da situação e comunicamos à justiça quanto à necessidade de uma nova internação”, lembrou o familiar.

Documentos demonstrando que a operadora deve prestar a mesma cobertura do contrato anterior já foram encaminhados à LIV Saúde e anexados no processo.

“Infelizmente, o que estamos passando mostra o desrespeito com a condição do paciente e com o médico que solicitou a internação”, pontua representante legal do aposentado.

Na quarta-feira (dia 22), a família informou que a justiça determinou o prazo de 48 horas para a LIV se pronunciar no processo sobre o não atendimento da solicitação médica.
Procurada pela Folha do Aço, a assessoria da LIV Saúde não se pronunciou até o fechamento da edição.

Transtornos psiquiátricos
A legislação prevê a cobertura de todos os transtornos mentais listados na Classificação Internacional de Doenças (como depressão, ansiedade, déficit de atenção e outros), inclusive os casos relacionados à intoxicação ou abstinência provocados pelo uso de álcool e outras substâncias químicas.

Estão garantidas, ainda, as coberturas das consultas psiquiátricas, sem limitações de número; exames laboratoriais diagnósticos; internação psiquiátrica hospitalar em número e duração ilimitados; hospital-dia (alguns pacientes passam o dia no hospital, mas voltam para casa à noite), além das emergências decorrentes de qualquer transtorno mental, inclusive as lesões decorrentes de tentativas de suicídio.

Também deve ser garantido um mínimo, por ano de contrato, de 18 consultas com psicoterapeuta e de 40 consultas ou sessões de atendimento com psicólogo ou terapeuta ocupacional.

Foto: Divulgação

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