Três dias antes do anúncio da estadualização do Restaurante Popular, que será transformado em Restaurante do Povo, sob a gestão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, a Prefeitura de Volta Redonda firmou um contrato emergencial no valor de R$ 3,1 milhões com a empresa Nutri & Saúde Refeições Coletivas, sediada no interior de São Paulo. O acordo prevê a prestação de serviços de alimentação por um período de seis meses.

Assinado em 19 de novembro pela secretária municipal de Ação Comunitária, Rosane Marques de Carvalho, conhecida como Branca, o contrato emergencial nº 490/2024 estabelece o fornecimento diário de 600 desjejuns e 2.000 almoços, totalizando mais de 344.200 refeições ao longo do período.

No entanto, apenas três dias depois, no dia 22 de novembro, a estadualização do Restaurante Popular foi confirmada pela assessoria do deputado estadual Munir Neto (PSD). O anúncio foi feito durante uma reunião no Palácio 17 de Julho, com a presença do prefeito Neto (PP), irmão do parlamentar, e da secretária estadual Rosângela Gomes (Republicanos).

Economia e acessibilidade

De acordo com o deputado Munir Neto, a transformação em Restaurante do Povo representa uma vitória para Volta Redonda, com redução de custos para os cofres públicos e refeições mais acessíveis à população. “O valor das refeições será barateado, e os idosos terão gratuidade, o que reforça nosso compromisso social”, destacou.

O Restaurante do Povo manterá seu funcionamento nas proximidades do Edifício Redonda, no bairro Aterrado, mas passará por reformas custeadas pela Prefeitura de Volta Redonda. “Vamos agilizar as obras para que o Restaurante do Povo seja inaugurado o quanto antes. Esse é mais um presente do governador Cláudio Castro para nossa cidade”, afirmou o prefeito Neto.

Enquanto as reformas são realizadas, o Governo do Estado implementará o Programa RJ Alimenta, que oferecerá almoços gratuitos à população local. “Ninguém ficará desassistido durante esse período. O RJ Alimenta garantirá refeições gratuitas a todos que precisarem”, assegurou o deputado Munir Neto.

Reviravoltas na gestão

Desde o dia 29 de setembro de 2011, quando o então governador Sérgio Cabral inaugurou o Restaurante Popular Dolores de Paiva Matos da Silva, na Avenida da Integração, no bairro Aterrado, a administração da unidade passou por diversas reviravoltas. Na época, o Estado arcava com o custo do fornecimento diário de 2.000 refeições e mil desjejuns. O preço do almoço era de R$ 1,00 e o café da manhã, R$ 0,35.

Em 2016, o Restaurante Popular de Volta Redonda começou a enfrentar problemas, com constantes atrasos nos repasses da verba do governo estadual para a empresa responsável pelo serviço. Para impedir o fechamento da unidade, o prefeito Neto assumiu a gestão do local por um período, em meio à crise no governo estadual. O convênio foi encerrado em dezembro daquele ano, com o fim do seu quarto mandato.

Foram necessários dois anos até a reabertura do espaço. No dia 2 de janeiro de 2019, após uma proposta do então prefeito Samuca Silva (PSDB), e uma lei de autoria do vereador Washington Granato, o Restaurante Popular de Volta Redonda foi municipalizado.

A pandemia da Covid-19 provocou alguns fechamentos temporários do Restaurante no primeiro semestre de 2020, sendo totalmente reaberto no final de junho daquele ano, embora com algumas restrições.

No final do ano passado, a Prefeitura realizou obras de revitalização de toda a fachada do local e do espaço de espera dos usuários. Os bancos que ficam na calçada sofreram reparos e pintura, e o toldo antigo, que estava rasgado, foi substituído por um novo, a fim de proteger os usuários do sol e da chuva.

Administrado por uma empresa privada, com subsídios e coordenação da Prefeitura, o Restaurante Popular é um equipamento ligado ao Setor de Segurança Alimentar da Secretaria Municipal de Assistência Social (Smac). O local oferece alimentação de qualidade a custo baixo para a população.

Para que o Restaurante seja novamente transferido à administração do Governo do Estado, o prefeito Neto precisará enviar um projeto de lei à Câmara Municipal de Volta Redonda, oficializando a devolução da gestão do equipamento.

Foto: arquivo

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