Orçada em R$ 3,7 milhões, obra do Monumento dos Arigós já custa 15% a mais e não fica pronta antes de julho

Entre as diversas obras inacabadas da gestão do prefeito Neto (PP), a construção do monumento em homenagem aos trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que migraram para Volta Redonda, conhecidos como arigós, é uma das que mais chamam atenção. Iniciada em fevereiro de 2023, a obra deveria ter sido concluída em janeiro de 2024, mas segue em andamento. Agora, a Prefeitura concedeu um novo aditivo contratual, estendendo o prazo por mais 180 dias. Com isso, a previsão é que o monumento seja entregue até 8 de julho.

Além do atraso, o custo da obra também aumentou. Orçada inicialmente em R$ 3,7 milhões, a construção já está 15,14% mais cara, ultrapassando R$ 4,3 milhões. Segundo o governo municipal, o reajuste se deve à inclusão de novos itens no projeto. A execução está sob responsabilidade da RM2 Construtora, empresa sediada em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Desde o lançamento do edital, a obra tem sido alvo de questionamentos. O vereador Raone Ferreira (PSB) entrou com uma representação no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), apontando possíveis irregularidades, como a falta de previsão orçamentária adequada e a ausência de estudos de impacto ambiental e socioeconômico. Segundo ele, o projeto não constava no Plano Plurianual (PPA) e não havia dotação suficiente na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Outro ponto criticado é a localização da obra. O monumento está sendo construído na torre de TV do núcleo Fazendinha, no bairro Retiro, em uma área referenciada no Plano de Contingência Municipal. Raone argumentou que o investimento não atende às principais demandas da população local, que teria outras prioridades mais urgentes.

Apesar das alegações, a conselheira-relatora do processo no TCE-RJ, Marianna Willeman, indeferiu o pedido de suspensão da licitação, alegando que a Prefeitura apresentou os requisitos necessários. Com isso, a representação foi arquivada no dia 6 de março de 2023.

O projeto prevê a construção de um monumento em aço corten, além da instalação de banheiros e uma cantina para uso do público. Também está prevista a revitalização das estruturas já existentes no local, com a justificativa de melhorar a área para funcionários e visitantes. Agora, com mais um aditivo de prazo e aumento nos custos, resta saber se o novo cronograma será cumprido ou se a obra seguirá a lista de atrasos recorrentes no município.

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